... e o mundo "como o conhecemos" acabou ontem!!
De seguida postarei uma série de chorrilhos aparvalhados próprios de uma economicamente info-excluída como eu:
A era da prosperidade, dizia um ministro - não sic, acabou ontem.
Oh, que pena! Ainda me lembro quando eu, do alto da minha prosperidade, fui até Monte Carlo jogar... ai! não. Isso não foi eu!
Mas lembro-me como se fosse hoje quando fui em comitiva ministerial à Venezuela e fiquei num sumptuoso hotel... ai! Também não fui eu!...
Não, não! Disto lembro-me vividamente! Quando me arranjaram um lugar num Ministério a ganhar balúrdios de dinheiro a fazer nestum... ups! Não. Também não fui eu.
Oh, que pena! A era da prosperidade acabou... e eu que estava a dormir e nem dei por ela!!!
Pode ser que regresse, qual Madonna, para mais uma digressão, e que consiga eu bilhetes para a ver... nem que seja através dos ecrãs.
...mas näo me envergonho; porque eu sei em quem tenho crido, e estou certo de que é poderoso para guardar o que lhe confiei até àquele dia.
Tuesday, 30 September 2008
It's the end of the world as we know it!...
Monday, 29 September 2008
Monday, monday
Perdi uma aposta que me custou.
(não) Vi o meu Sporting, não como Leão, mas como um gatinho temeroso...
Fim de semana calmo e cheio de trabalho de casa... jogo triste ouvido na rádio...
Segunda-feira...
Espelho partido por uns simpáticos personas. Vejamos bem, meus senhores. O espelho partido é do lado direito que, por sua vez, estava encostadinho ao passeio.
Em certa altura, no ano passado, tive várias altercações com os "simpáticos" senhores de descargas do minimercado porque insistem que aquele lugar é deles. Numa delas o simpático ameaçou-me de que, caso continuasse a estacionar ali teria "problemas". Olhei-o nos olhos nessa altura, apesar da diferença de estatura, e disse-lhe que, caso o meu Nicolau aparecesse com "problemas", saberia perfeitamente a quem pedir contas.
Aconteceu.
Que faço agora?
A mãe que me diz que já me tinha avisado, porque eles são mesmo assim... e de novo o sentimento de andar em contra mão, asco deste pensamento afasta-te apenas porque sim, porque é melhor, porque "eles podem mais", o abaixa-te e amocha.
Felizmente o F. que me compreende acalma-me com um "logo tento ver se consigo arranjar o espelho".
A CN que me diz que "eles não têm o direito de te ameaçar, mãe".
A CV que me diz que desiste da carreira de actor para se tornar polícia para proteger o cidadão.
E o politicamente correcto...
Noite de piadas
Nocas Verde - Uma velha que se senta, três frutos tira. Quantos frutos tira a velha?
piada recontada ao pai:
CV - Uma senhora de idade que se senta, três frutos tira. quantos frutos tira a senhora de idade?
Tudo posto,
Have a splendid week!!
(não) Vi o meu Sporting, não como Leão, mas como um gatinho temeroso...
Fim de semana calmo e cheio de trabalho de casa... jogo triste ouvido na rádio...
Segunda-feira...
Espelho partido por uns simpáticos personas. Vejamos bem, meus senhores. O espelho partido é do lado direito que, por sua vez, estava encostadinho ao passeio.
Em certa altura, no ano passado, tive várias altercações com os "simpáticos" senhores de descargas do minimercado porque insistem que aquele lugar é deles. Numa delas o simpático ameaçou-me de que, caso continuasse a estacionar ali teria "problemas". Olhei-o nos olhos nessa altura, apesar da diferença de estatura, e disse-lhe que, caso o meu Nicolau aparecesse com "problemas", saberia perfeitamente a quem pedir contas.
Aconteceu.
Que faço agora?
A mãe que me diz que já me tinha avisado, porque eles são mesmo assim... e de novo o sentimento de andar em contra mão, asco deste pensamento afasta-te apenas porque sim, porque é melhor, porque "eles podem mais", o abaixa-te e amocha.
Felizmente o F. que me compreende acalma-me com um "logo tento ver se consigo arranjar o espelho".
A CN que me diz que "eles não têm o direito de te ameaçar, mãe".
A CV que me diz que desiste da carreira de actor para se tornar polícia para proteger o cidadão.
E o politicamente correcto...
Noite de piadas
Nocas Verde - Uma velha que se senta, três frutos tira. Quantos frutos tira a velha?
piada recontada ao pai:
CV - Uma senhora de idade que se senta, três frutos tira. quantos frutos tira a senhora de idade?
Tudo posto,
Have a splendid week!!
Friday, 26 September 2008
Jeróóóóóóóóónimo
Dizia-me alguém que conheço e por quem tenho apreço que a única coisa que escolhemos na vida é a amizade. E, mesmo estas, sempre a partir das oportunidades que a vida nos vai dando.
É inegável que não podemos ser amigos de quem não conhecemos. Provavelmente nunca seria amiga da S., para citar apenas um exemplo recente mas muito feliz, caso eu e ela não tivéssemos decidido embarcar nesta aventura do “curso superior”. A distância que nos separa geograficamente não o deveria ter proporcionado sem ajuda da sorte (e não gosto nada desta afirmação mas não encontro melhor)!
Lembrei-me agora, fresca que estou do meu querido aniversário de ontem, que provavelmente também não encontraria aquele que já há tanto partilha a minha vida, não tivesse eu ido trabalhar, por acaso, também, para aquele café de praia que era, por acaso, o café que ele frequentava.
Assm sendo, e segundo o mesmo autor lá de cima, colegas são todos os que se nos deparam. Tornam-se amigos aqueles que queremos.
Pondo já de parte aquela verdade quase horrível de que passamos mais tempo com estas pessoas do que com aqueles que amamos, deveremos ter, digo eu, uma visão simplista e, acima de tudo, prática em relação à enormidade de tempo que passamos com estas pessoas, baseada no respeito, na cedência, na compreensão.
Como dizia a professora da CN, “somos diferentes? ainda bem! Aprenderemos com essas diferenças!”
E, por princípio, não sou inclinada a subscrever o sentimento de que as relações deverão ser mútuas. Explicando, o facto de um colega meu não agir da forma correcta nunca deverá ser desculpa para a incorrecção nos meus actos. Eu tabelo-me, ou tento, pela transparência (é verdade, chazinho, agora que penso nisso…), pela disciplina de acção, pela harmonia tácita.
Mas, deixai-me confessar, pareço ser incapaz de enfrentar, ou melhor, confrontar-me com maquiavelices, intrigas e má fé. E isso é erro meu. Sem ironia repito-o: o erro É meu.
Não tenho idade para cometer estas infantilidades nem para permitir que me enredem em tramas que acabam por me tornar vítima inocente… mas ainda assim, vítima.
I’ve should have known better.
Para quem me conhece, e porque me conhecem, digo-vos que não é este postal um discurso de auto-comiseração, nem tão pouco vitimização. Antes pelo contrário, ergo-me para o alto dos meus trinta-e-quatro-quase-trinta-e-cinco anos para me impor, “rise and shine” e acima de tudo, e perdoai-me, cover up my ass.
Precaver-me, com os neurónios que Deus me deu, e deixar de ser inocente, que pode ter sido uma faceta minha engraçada quando tinha “vintes” mas que é sinceramente palerma para a minha idade.
E agora, para terminar bem este grito de Jerónimo, a CN brindou-me ontem com uma frase tão singela mas tão reveladora do ambiente de felicidade que vai sentido por lados da Escola Nova.
Já é quinta-feira?
É inegável que não podemos ser amigos de quem não conhecemos. Provavelmente nunca seria amiga da S., para citar apenas um exemplo recente mas muito feliz, caso eu e ela não tivéssemos decidido embarcar nesta aventura do “curso superior”. A distância que nos separa geograficamente não o deveria ter proporcionado sem ajuda da sorte (e não gosto nada desta afirmação mas não encontro melhor)!
Lembrei-me agora, fresca que estou do meu querido aniversário de ontem, que provavelmente também não encontraria aquele que já há tanto partilha a minha vida, não tivesse eu ido trabalhar, por acaso, também, para aquele café de praia que era, por acaso, o café que ele frequentava.
Assm sendo, e segundo o mesmo autor lá de cima, colegas são todos os que se nos deparam. Tornam-se amigos aqueles que queremos.
Pondo já de parte aquela verdade quase horrível de que passamos mais tempo com estas pessoas do que com aqueles que amamos, deveremos ter, digo eu, uma visão simplista e, acima de tudo, prática em relação à enormidade de tempo que passamos com estas pessoas, baseada no respeito, na cedência, na compreensão.
Como dizia a professora da CN, “somos diferentes? ainda bem! Aprenderemos com essas diferenças!”
E, por princípio, não sou inclinada a subscrever o sentimento de que as relações deverão ser mútuas. Explicando, o facto de um colega meu não agir da forma correcta nunca deverá ser desculpa para a incorrecção nos meus actos. Eu tabelo-me, ou tento, pela transparência (é verdade, chazinho, agora que penso nisso…), pela disciplina de acção, pela harmonia tácita.
Mas, deixai-me confessar, pareço ser incapaz de enfrentar, ou melhor, confrontar-me com maquiavelices, intrigas e má fé. E isso é erro meu. Sem ironia repito-o: o erro É meu.
Não tenho idade para cometer estas infantilidades nem para permitir que me enredem em tramas que acabam por me tornar vítima inocente… mas ainda assim, vítima.
I’ve should have known better.
Para quem me conhece, e porque me conhecem, digo-vos que não é este postal um discurso de auto-comiseração, nem tão pouco vitimização. Antes pelo contrário, ergo-me para o alto dos meus trinta-e-quatro-quase-trinta-e-cinco anos para me impor, “rise and shine” e acima de tudo, e perdoai-me, cover up my ass.
Precaver-me, com os neurónios que Deus me deu, e deixar de ser inocente, que pode ter sido uma faceta minha engraçada quando tinha “vintes” mas que é sinceramente palerma para a minha idade.
E agora, para terminar bem este grito de Jerónimo, a CN brindou-me ontem com uma frase tão singela mas tão reveladora do ambiente de felicidade que vai sentido por lados da Escola Nova.
Já é quinta-feira?
ps:
Thursday, 25 September 2008
15 anos
Os minutos passam devagar devagarinho no mostrador. Acordo, ou melhor, levanto-me por volta das 5.00 porque já não aguento os alfinetes que percorrem o meu corpo.
É a velha história da Gata Borralheira. Com variantes...
A 23 casámo-nos pelo Registo Civil, no Sábado seguinte casámo-nos perante Deus.
Seria uma cerimónia pequena, sem vestido, sem fatos, sem boda, sem festa. Apenas os pais, os noivos, o Pastor e os padrinhos.
Seria...
Fomos informando a comunidade pequena e simples de que nos iriamos casar a 25 de Setembro, explicando a cada um a situação: eram MUITO bem-vindos à Igreja, não haveria nada mais.
A comunidade onde eramos activamente voluntários era composta de muitos idosos, casais e viúvas a quem visitávamos, dávamos consolo e, principalmente, companhia.
Havia histórias difíceis, toxicodependência, filhos presos, casamentos destroçados, desemprego, jovens à procura de identidade numa terra tão perto de Lisboa mas, ainda assim, tão marcada (ainda) pela ruralidade.
A avó B. decidiu oferecer as flores para enfeitar a Igreja e compor o meu ramo.
A D. L. ofereceu o vestido antigo. Mudou-o, alterou-o para o tornar "apenas meu".
O avô C. ofereceu uma casita que tinha para lá de Mafra, caiada e enfeitada pelos avôs D., S. e T. com folhas de palmeira, ramos de alfazema e grandes folhas de que não conheço o nome.
A D. L. ofereceu o vestido antigo. Mudou-o, alterou-o para o tornar "apenas meu".
O avô C. ofereceu uma casita que tinha para lá de Mafra, caiada e enfeitada pelos avôs D., S. e T. com folhas de palmeira, ramos de alfazema e grandes folhas de que não conheço o nome.
Aqui e ali choveram, sem dar conta, ou pelo contrário, nós a darmos conta (!), ofertas disto e daquilo para que pudessem os "seus meninos" ter um casamento digno.
A filha da D. V, recuperada de um passado triste, ofereceu o serviço da loja onde trabalhava: fotografia!
O Senhor G., homem duro e um pouco irascível com a frágil mulher, dando abraços fortes de alegria e reconhecimento pela "pachorra em aturar as birras de um homem velho" oferece o fato (novo, novinho) ao F., além de contribuir para a comezaina com dois grandes e deliciosos leitões.
A avó A. oferece-me, por entre sorrisos cúmplices e um beijo tão terno, uma liga feita à mão, por ela, com uma libra de chocolate... "para ele comer... primeiro"!
Um pequeno almoço familiar trasnforma-se numa boda repleta.
Entrei na Igreja vendo para mais de 70 mães e outros tantos pais comovidos pelo casamento dos "seus meninos".
Wednesday, 24 September 2008
Em português
Hoje, ao que parece, será a Primeira Vez que alguém discursará em português nas Nações Unidas.
Só isso deveria alegrar-me. Se bem que não concordo que a nossa pequenez (ou não) possa ser aferida da probabilidade de haver funcionários tradutores de português nas Nações Unidas (até porque, assim de repente, e tendo em conta uma suposta predisposição para o poliglotismo tuga, diria que já existem tradutores portugueses lá por essas bandas), quer-me parecer um marco importante, esta do PR insistir em discursar na língua nossa.
Mas pode ser que não. Pode apenas ser um brio que ele tenha, muito louvável, aliás, em não querer dar verdadeiros pontapés na língua de Shakespeare ou Napoloeão... coisas como "simpathetic conversation" ou outros acidentes linguísticos serão, no mínimo, alvo de chacota… já para não falar numa vertente que (eu) acho importantíssimo como o sotaque.
Just for fun,
Deixo aqui 2 acidentes linguísticos que presenciei:
Pessoa A – (blá, blá, blá) the local to change the actions…
Pessoa B - ??? Senhor A, que quer dizer?
Pessoa A – O local para fazer a troca das acções, dos títulos…
Pessoa B – (…) “The place to exchange the shares”??...
Pessoa A – Não, não e não. A Senhora B não está a perceber. Isto é inglês técnico.
(…)
Pessoa C (secretária, ao telefone) – Please, I want to speak with Mr. X.
(…)
Pessoa C – Ok. I connect you. (faz a ligação para o superior e passa o Mr. X. Depois para colega) Olha qu’esta! Acabaram de me corrigir!
Pessoa D (colega) – Porquê?
Pessoa C – O Mr. X… corrigiu-me. É “I want to speaking” que se diz!…
Só isso deveria alegrar-me. Se bem que não concordo que a nossa pequenez (ou não) possa ser aferida da probabilidade de haver funcionários tradutores de português nas Nações Unidas (até porque, assim de repente, e tendo em conta uma suposta predisposição para o poliglotismo tuga, diria que já existem tradutores portugueses lá por essas bandas), quer-me parecer um marco importante, esta do PR insistir em discursar na língua nossa.
Mas pode ser que não. Pode apenas ser um brio que ele tenha, muito louvável, aliás, em não querer dar verdadeiros pontapés na língua de Shakespeare ou Napoloeão... coisas como "simpathetic conversation" ou outros acidentes linguísticos serão, no mínimo, alvo de chacota… já para não falar numa vertente que (eu) acho importantíssimo como o sotaque.
Just for fun,
Deixo aqui 2 acidentes linguísticos que presenciei:
Pessoa A – (blá, blá, blá) the local to change the actions…
Pessoa B - ??? Senhor A, que quer dizer?
Pessoa A – O local para fazer a troca das acções, dos títulos…
Pessoa B – (…) “The place to exchange the shares”??...
Pessoa A – Não, não e não. A Senhora B não está a perceber. Isto é inglês técnico.
(…)
Pessoa C (secretária, ao telefone) – Please, I want to speak with Mr. X.
(…)
Pessoa C – Ok. I connect you. (faz a ligação para o superior e passa o Mr. X. Depois para colega) Olha qu’esta! Acabaram de me corrigir!
Pessoa D (colega) – Porquê?
Pessoa C – O Mr. X… corrigiu-me. É “I want to speaking” que se diz!…
Tuesday, 23 September 2008
Do que eu preciso...
... é dinheiro.
Sério, sério.
Eu sei que muitos dirão a mesma coisa. Uns com mais, outros com menos razão (se é que essa coisa de ter “mais” ou “menos” razão em termos monetários significa alguma coisa!).
Mas por alturas reflexivas, coisa que faço enquanto espero num qualquer serviço público, o que é cada vez mais habitual – osso do ofício – tento equacionar o que corre mal na minha vida.
Filhos, marido, amizades, animais, arte, desporto, estudo, casa, religião, trabalho, carro, roupa, … tudo ao molho. O que faço de errado, o que devo mudar, o que quero manter, blá, blá, blá, blá.
Conclusão? Dinheiro.
Por esta altura pensam que fútil sou… mas não… ou sim… não, definitivamente.
E não é o elogio da pobrezinha. Sei perfeitamente o quão afortunada sou, quando comparada com histórias e estórias que conhecemos e vamos conhecendo.
Também não é choradinho para ver se alguém terá pena de mim, ou se se predispõe a fazer alguma contribuição. (o que, claro, caso desejem, estão perfeitamente à vontade, sim? Envio-vos o meu NIB)
Na verdade, na verdade, a conclusão a que hoje cheguei alegrou-me.
Eu explico.
Nada na minha vida está intrínseca ou inexoravelmente errado. As relações que vou tendo, as pessoas que vou conhecendo, as dificuldades que, com a Graça de Deus, vou ultrapassando, tudo, enfim, vai, melhor ou pior, amanhando-se. E mesmo quando não se resolvem, ou demoram em resolver-se, a culpa é do dinheiro… ou da falta dele!
Parece que, mais uma vez, me enredei na escrita e não estou a ser clara.
Assim termino com a alegria, insatisfação, alguma frustração, mas muita paz com a percepção de que com um pouco mais de dinheiro seria (ainda) mais feliz.
Até logo, meus caros, e perdoai-me a futilidade…
Sério, sério.
Eu sei que muitos dirão a mesma coisa. Uns com mais, outros com menos razão (se é que essa coisa de ter “mais” ou “menos” razão em termos monetários significa alguma coisa!).
Mas por alturas reflexivas, coisa que faço enquanto espero num qualquer serviço público, o que é cada vez mais habitual – osso do ofício – tento equacionar o que corre mal na minha vida.
Filhos, marido, amizades, animais, arte, desporto, estudo, casa, religião, trabalho, carro, roupa, … tudo ao molho. O que faço de errado, o que devo mudar, o que quero manter, blá, blá, blá, blá.
Conclusão? Dinheiro.
Por esta altura pensam que fútil sou… mas não… ou sim… não, definitivamente.
E não é o elogio da pobrezinha. Sei perfeitamente o quão afortunada sou, quando comparada com histórias e estórias que conhecemos e vamos conhecendo.
Também não é choradinho para ver se alguém terá pena de mim, ou se se predispõe a fazer alguma contribuição. (o que, claro, caso desejem, estão perfeitamente à vontade, sim? Envio-vos o meu NIB)
Na verdade, na verdade, a conclusão a que hoje cheguei alegrou-me.
Eu explico.
Nada na minha vida está intrínseca ou inexoravelmente errado. As relações que vou tendo, as pessoas que vou conhecendo, as dificuldades que, com a Graça de Deus, vou ultrapassando, tudo, enfim, vai, melhor ou pior, amanhando-se. E mesmo quando não se resolvem, ou demoram em resolver-se, a culpa é do dinheiro… ou da falta dele!
Parece que, mais uma vez, me enredei na escrita e não estou a ser clara.
Assim termino com a alegria, insatisfação, alguma frustração, mas muita paz com a percepção de que com um pouco mais de dinheiro seria (ainda) mais feliz.
Até logo, meus caros, e perdoai-me a futilidade…
Monday, 22 September 2008
Friday, 19 September 2008
Novo ano escolar
Descansem!
Não vou falar sobre peripécias das Crias (que, por enquanto, são inocentes e sensaboronas – até tenho medo de falar disto!).
Também não falo das crises escolares, da avaliação dos professores ou das medidas ou desmedidas do Ministério da Educação.
As aulas deste Lado já começaram. Devagar, devagarinho.
Tenho um professor FANTÁSTICO! (que por razões de anonimato – meu, claro – e por razões de reconhecimento global – do professor, claro, não direi o seu nome.)
O que me traz especificamente aqui hoje é o início de um novo ladecos a que eu, mui humildemente, intitulei “Pérolas Universitas”.
Espero, para bem dos meus colegas e das minhas lágrimas, não sejam muitas…
Colega #1 – E foste só tu à oral?
Colega #2 – Não. Estava eu e outra colega.
Colega #1 – Ah! E quem era?
Colega #2 – (pensa um pouco) Ahm… era aquela que foi a seguir a mim…
Não vou falar sobre peripécias das Crias (que, por enquanto, são inocentes e sensaboronas – até tenho medo de falar disto!).
Também não falo das crises escolares, da avaliação dos professores ou das medidas ou desmedidas do Ministério da Educação.
As aulas deste Lado já começaram. Devagar, devagarinho.
Tenho um professor FANTÁSTICO! (que por razões de anonimato – meu, claro – e por razões de reconhecimento global – do professor, claro, não direi o seu nome.)
O que me traz especificamente aqui hoje é o início de um novo ladecos a que eu, mui humildemente, intitulei “Pérolas Universitas”.
Espero, para bem dos meus colegas e das minhas lágrimas, não sejam muitas…
Colega #1 – E foste só tu à oral?
Colega #2 – Não. Estava eu e outra colega.
Colega #1 – Ah! E quem era?
Colega #2 – (pensa um pouco) Ahm… era aquela que foi a seguir a mim…
Thursday, 18 September 2008
Meu Caro P.
Deus continua a ser notícia hoje, em pleno século XXI?
Às pessoas agnósticas que mo perguntassem dir-lhes-ia, com palavras de Bento XVI que, postos a arriscar, partissem do pressuposto: Et si Deus daretur? (E se Deus existisse?)
Muitas vezes as pessoas pensam no mais além como se fosse um jogo de grandes penalidades: se meto golo, bem e se não…
Sinceramente, não gosto de pôr as coisas como que para ficar 0-0.
Parece-me que é muito mais atractivo sair para ganhar, arriscando às vezes um pouco porque, além disso, os católicos jogam sempre em casa.
Se o fazemos dessa maneira temos o Árbitro a nosso favor e, em caso de emergência, a grande penalidade… é-nos oferecida.
Ser católico é jogar para a “Champions” todos os dias.
_____________________________________________
O meu querido amigo P. enviou-me esta mensagem rematadita com
“Hoje vi isto que vos mando e achei que devia partilhar convosco. É uma boa maneira de encarar a questão.
Que vos parece???
Nocas Verde, espero reacções tuas... eheheh”
Pois meu Caro P., aqui deixo a singela mensagem embrulhada em desafio, não sem antes criticar a ausência da indicação do Autor de tal frase. (ai, ai, ai o prof. de MITI não ía gostar nada!!!!)
Reacções?
Eu, Verde que sou incapaz de deixar esse tipo de desafio/questão/pergunta sem resposta lanço-a aqui no espaço sideral.
Sem qualquer pudor de emitir a Minha Opinião (maiúscula propositada) permito-me, no entanto, a solicitar as V. ilustres reacções ou ausência delas.
Às pessoas agnósticas que mo perguntassem dir-lhes-ia, com palavras de Bento XVI que, postos a arriscar, partissem do pressuposto: Et si Deus daretur? (E se Deus existisse?)
Muitas vezes as pessoas pensam no mais além como se fosse um jogo de grandes penalidades: se meto golo, bem e se não…
Sinceramente, não gosto de pôr as coisas como que para ficar 0-0.
Parece-me que é muito mais atractivo sair para ganhar, arriscando às vezes um pouco porque, além disso, os católicos jogam sempre em casa.
Se o fazemos dessa maneira temos o Árbitro a nosso favor e, em caso de emergência, a grande penalidade… é-nos oferecida.
Ser católico é jogar para a “Champions” todos os dias.
_____________________________________________
O meu querido amigo P. enviou-me esta mensagem rematadita com
“Hoje vi isto que vos mando e achei que devia partilhar convosco. É uma boa maneira de encarar a questão.
Que vos parece???
Nocas Verde, espero reacções tuas... eheheh”
Pois meu Caro P., aqui deixo a singela mensagem embrulhada em desafio, não sem antes criticar a ausência da indicação do Autor de tal frase. (ai, ai, ai o prof. de MITI não ía gostar nada!!!!)
Reacções?
Eu, Verde que sou incapaz de deixar esse tipo de desafio/questão/pergunta sem resposta lanço-a aqui no espaço sideral.
Sem qualquer pudor de emitir a Minha Opinião (maiúscula propositada) permito-me, no entanto, a solicitar as V. ilustres reacções ou ausência delas.
Wednesday, 17 September 2008
Cândida II
Começaram a sair numa paragem antes da dela e fazer o resto do caminho a pé.
- Porque é que olhaste para mim? Não sou burra. Nem cega. És giro, mais velho. O que sou eu? Não me apetece nada ser uma daquelas do cinema, tipo, aposta ou isso.
- Não sei. A sério. Não sei. Os teus olhos, curiosidade. Isso agora não importa, pois não?
O prazer que sentia com ele era bom. Melhor, pensava sempre. Melhor que bom. Fez um esforço em continuar cândida porque todos agora viam um brilho nos olhos, um sorriso nos lábios, uma alegria no andar. ainda assim, não sabe porquê, nunca se encontraram com amigos. "Por enquanto não", pedia ela.
José, por seu lado, pareceu-lhe compreensivo e paciente.
- Vou ensinar-te o romantismo. - disse um dia com um grande ramos de flores e um cartão
"Se me amas, sorri. Se não, devolve-me, por favor, que tenho mais a quem dar"
É evidente que não conseguiu conter o sorriso mas devolveu-lhe o cartão com "pode ser que precises dele mais tarde". Ele olhou-a e enfiou o cartão no bolso.
- Porque é que ainda não dissestes que me amas?
- Porque ainda não sei se te amo. Estou a ser muito feliz contigo mas não sei se é amor ainda.
Se ela o amava? Como não poderia amar? E também vaidade. Sim, vaidade. Ela, de figura plana, amava passear-se no Fonte nova ao lado dele, alto e magnífico. Ela, experiente apenas nas experiências pessoais, amava os sentimentos e recantos que ele lhe mostrava. Sentia vaidade em ter um namorado assim. Dizê-lo assim declaradamente não conseguia, não para já.
Um dia passaram em frente de uma loja de cofres.
- É aqui que trabalho. - disse ele. - monto cofres. Não é grande coisa, mas dá para pagar as contas.
Cofres? Sorriu.
- O que foi?
Beijou-o.
- Preciso ir para casa estudar.
- Fica mais um pouco, vá. Tens sempre que estudar, estudar. - abraçou-a - vamos lá dentro. Eu tenho a chave...
Desprendeu-se do abraço e insistiu.
- Não posso, a sério. Vemo-nos no Sábado.
- Sábado? Por favor, Cândida, hoje é Domingo! Vais ficar uma semana sem me ver?
- É difícil, confesso, mas tenho um trabalho para entregar na Sexta. Não vou conseguir. Desculpa.
- Mas na Quinta é dia dos namorados. Estava a pensar...
- Zé, não! E isso do dia dos namorados é parvoeira, não achas?
- Mostrar que amamos alguém não é parvoeira. Não para mim. Tenho pena que penses assim!
Afastaram-se zangados.
Pensou que já tinha feito asneira. Caminhou para casa com a sensação que não deveria ser tão desconfiada, tão "científica" e calculista. Um pouco de romantismo poderia ser bom. "Faço-lhe uma surpresa".
Trabalhou e estudou dia e noite e conseguiu terminar o trabalho Quarta à noite. De manhã passou pela faculdade e entregou-o. Seguiu para o Fonte Nova onde comprou na loja de prendas um postal enorme com corações. Escreveu "Amo-te" em letras enormes. Passa na florista e escolhe uma rosa com uma quadra "picante" e lamechas.
- Bom dia, menina, posso ajudar?
- Sim. Queria falar com José F..., por favor.
- Mas a menina quem é?
- A namorada.- sorriu enquanto corava.
O dono da loja ficou a olhar para ela com cara fechada. O sorriso profissional que tinha desvaneceu-se e tornou-se num ar zangado, frio.
Ela ficou sem perceber nada.
Mas não gostou.
- Porque é que olhaste para mim? Não sou burra. Nem cega. És giro, mais velho. O que sou eu? Não me apetece nada ser uma daquelas do cinema, tipo, aposta ou isso.
- Não sei. A sério. Não sei. Os teus olhos, curiosidade. Isso agora não importa, pois não?
O prazer que sentia com ele era bom. Melhor, pensava sempre. Melhor que bom. Fez um esforço em continuar cândida porque todos agora viam um brilho nos olhos, um sorriso nos lábios, uma alegria no andar. ainda assim, não sabe porquê, nunca se encontraram com amigos. "Por enquanto não", pedia ela.
José, por seu lado, pareceu-lhe compreensivo e paciente.
- Vou ensinar-te o romantismo. - disse um dia com um grande ramos de flores e um cartão
"Se me amas, sorri. Se não, devolve-me, por favor, que tenho mais a quem dar"
É evidente que não conseguiu conter o sorriso mas devolveu-lhe o cartão com "pode ser que precises dele mais tarde". Ele olhou-a e enfiou o cartão no bolso.
- Porque é que ainda não dissestes que me amas?
- Porque ainda não sei se te amo. Estou a ser muito feliz contigo mas não sei se é amor ainda.
Se ela o amava? Como não poderia amar? E também vaidade. Sim, vaidade. Ela, de figura plana, amava passear-se no Fonte nova ao lado dele, alto e magnífico. Ela, experiente apenas nas experiências pessoais, amava os sentimentos e recantos que ele lhe mostrava. Sentia vaidade em ter um namorado assim. Dizê-lo assim declaradamente não conseguia, não para já.
Um dia passaram em frente de uma loja de cofres.
- É aqui que trabalho. - disse ele. - monto cofres. Não é grande coisa, mas dá para pagar as contas.
Cofres? Sorriu.
- O que foi?
Beijou-o.
- Preciso ir para casa estudar.
- Fica mais um pouco, vá. Tens sempre que estudar, estudar. - abraçou-a - vamos lá dentro. Eu tenho a chave...
Desprendeu-se do abraço e insistiu.
- Não posso, a sério. Vemo-nos no Sábado.
- Sábado? Por favor, Cândida, hoje é Domingo! Vais ficar uma semana sem me ver?
- É difícil, confesso, mas tenho um trabalho para entregar na Sexta. Não vou conseguir. Desculpa.
- Mas na Quinta é dia dos namorados. Estava a pensar...
- Zé, não! E isso do dia dos namorados é parvoeira, não achas?
- Mostrar que amamos alguém não é parvoeira. Não para mim. Tenho pena que penses assim!
Afastaram-se zangados.
Pensou que já tinha feito asneira. Caminhou para casa com a sensação que não deveria ser tão desconfiada, tão "científica" e calculista. Um pouco de romantismo poderia ser bom. "Faço-lhe uma surpresa".
Trabalhou e estudou dia e noite e conseguiu terminar o trabalho Quarta à noite. De manhã passou pela faculdade e entregou-o. Seguiu para o Fonte Nova onde comprou na loja de prendas um postal enorme com corações. Escreveu "Amo-te" em letras enormes. Passa na florista e escolhe uma rosa com uma quadra "picante" e lamechas.
- Bom dia, menina, posso ajudar?
- Sim. Queria falar com José F..., por favor.
- Mas a menina quem é?
- A namorada.- sorriu enquanto corava.
O dono da loja ficou a olhar para ela com cara fechada. O sorriso profissional que tinha desvaneceu-se e tornou-se num ar zangado, frio.
Ela ficou sem perceber nada.
Mas não gostou.
Tuesday, 16 September 2008
13 de Setembro de 1997
No Domingo dei uma aula extraordinária de aeróbica. (na verdade era dança... mas a minha aula era composta de senhoras e senhores - riso - e os senhores faziam com muita facilidade aeróbica e "dança"... não).
Tinha o peso fantástico de .... (queriam, queriam... mas não digo. Mais ou menos duas dezenas de kilograma a mais). Estava a "rebentar" pelas Costuras. Como já tinha a entrada na maternidade marcada para o fim dessa semana dei uma aula de compensação.
Foi uma aula despedida e diverti-me muito. Saltámos, dançámos, enfim, era uma turma muito divertida. A faixa etária rondava os quarenta anos (era uma autêntica miúda ao pé deles) e pertencia a um projecto de Dança na Sociedade (que ali recebia o nome de “Aeróbica para todos”… já se vê).
Muitas das senhoras temeram por mim.
“Tanto pulo não vai fazer bem a essa criança!”
“Vai nascer a pular”
A minha disposição não era das melhores por aqueles dias. Muito peso, pouco sono, conforto nulo. Mas nesse dia, como disse, diverti-me muito. Despedidas, flores, abraços, “uma hora pequenina” disseram muitas. Não sabia o que isso era... e continuei sem saber!
Nessa noite, 14 de Setembro, entrei no Hospital com rompimento de águas…
Encurtando, às 02.50 de terça-feira, 16 de Setembro nasceu a CV. Lindo! Maravilhoso! Já escrevi o horror que senti perante o meu primeiro filho. O que fazer? Como fazer?...
De repente (ou nem por isso) passaram-se 11 (onze) anos. Onze!
Que te dizer, Minha Cria?
Que te amo perdidamente, que és o Sol, a Lua, a Montanha e o Oceano para mim? Não chega.
Que te agradeço tanta coisa que me mostraste, o amor que me dispensas, a entrega e confiança que tens em mim? Não chega.
Parabéns, Minha Cria. Parabéns!
Tinha o peso fantástico de .... (queriam, queriam... mas não digo. Mais ou menos duas dezenas de kilograma a mais). Estava a "rebentar" pelas Costuras. Como já tinha a entrada na maternidade marcada para o fim dessa semana dei uma aula de compensação.
Foi uma aula despedida e diverti-me muito. Saltámos, dançámos, enfim, era uma turma muito divertida. A faixa etária rondava os quarenta anos (era uma autêntica miúda ao pé deles) e pertencia a um projecto de Dança na Sociedade (que ali recebia o nome de “Aeróbica para todos”… já se vê).
Muitas das senhoras temeram por mim.
“Tanto pulo não vai fazer bem a essa criança!”
“Vai nascer a pular”
A minha disposição não era das melhores por aqueles dias. Muito peso, pouco sono, conforto nulo. Mas nesse dia, como disse, diverti-me muito. Despedidas, flores, abraços, “uma hora pequenina” disseram muitas. Não sabia o que isso era... e continuei sem saber!
Nessa noite, 14 de Setembro, entrei no Hospital com rompimento de águas…
Encurtando, às 02.50 de terça-feira, 16 de Setembro nasceu a CV. Lindo! Maravilhoso! Já escrevi o horror que senti perante o meu primeiro filho. O que fazer? Como fazer?...
De repente (ou nem por isso) passaram-se 11 (onze) anos. Onze!
Que te dizer, Minha Cria?
Que te amo perdidamente, que és o Sol, a Lua, a Montanha e o Oceano para mim? Não chega.
Que te agradeço tanta coisa que me mostraste, o amor que me dispensas, a entrega e confiança que tens em mim? Não chega.
Parabéns, Minha Cria. Parabéns!
Monday, 15 September 2008
É hoje...
O Primeiro Dia Oficial das Escolas.
Dizem que algumas têm 150% de ocupação.
Os três estudantes lá de casa começam hoje...
Um bom ano, calmo e pacífico.
É o que eu desejo a estudantes, pais, filhos e afins.
Dizem que algumas têm 150% de ocupação.
Os três estudantes lá de casa começam hoje...
Um bom ano, calmo e pacífico.
É o que eu desejo a estudantes, pais, filhos e afins.
Thursday, 11 September 2008
Cândida
Cândida, como o nome, olhou para o tecto naquela noite e viu outras coisas que não as pinturas holísticas.
Viu os dias que se passaram depois dAquele dia.
O pai reparou mas calou-se.
A mãe destrambelhada, puxa-a de lado enquanto lavam a loiça com areia.
- Quem foi?
- Mãe?
- Quem te roubou esse recato tão forçado que tinhas no olhar? Hoje vi-te nas folhas de chá que estivemos a ler, eu e a Conceição. As folhas mostraram-nos um rapaz bonito, louro...
- As folhas, mãe, mostraram-te o que a Conceição viu. Eu vi-a hoje ao pé do Fonte Nova. - sorriu. - Ela disse-te porque é que me encontrou no Fonte Nova?
- Hum. Pois. - fez o seu movimento típico de como quem espanta um mosquito, ou um cobrador de impostos, ou isso, abana a cabeça com os cabelos brancos, longos, e lindos como a Cândida os vê, e sorri. - conta tudo à tua velha mãe, vá.
- Deixa a miúda, miúda. - ri-se também o pai, enquanto entra na cozinha e abraça as duas - Cândida, Cândida, se tu soubesses as memórias que me trazes...
- Pai! - foge do seu abraço e ri-se - está bem. Tenho um namorado. Não quero falar de nomes, nem nada. Não é nada sério.
Os três riem-se.
Está sozinha agora e sozinha sorri. Cãndida, não como o nome, sente um vulcão de emoções.
Batem à porta. Alma e Conceição já dormem.
Depois de responder em voz baixa vê entrar a mãe, não tão destrambelhada nem tão sorridente. Levanta-se preocupada com "o que foi, mãe? Foi o Clemente? Mais um ataque de asma?" ainda mais baixinho para não acordar as irmãs. Laura, ou como é conhecida, Ainy, palavra apalaí para "ardente" - significado que, para embaraço de Cândida, é explicado a todos que cruzam com a família. Mesmo todos. Professora Primária incluída... - abanou negativamente a cabeça.
- Não foi só a Conceição que viu umas coisas - encolheu os ombros - bem, não viu mesmo nas folhas... o que eu quero dizer é que eu também vi. Uma parede, um cofre, um segredo. Não percebi muito bem... mas deve ser mais uma daquelas "coisas" palermas que vejo.
Cândida, agora filha pequena de Ainy, abraça-a com carinho. Esta afaga-lhe os cabelos e não consideram mais o assunto.
Ainy porque também "anteviu" o fim do mundo pelo menos 3 vezes.
Cândida porque acredita na ciência, nas leis da natureza e nos olhos verdes e profundos de José.
Viu os dias que se passaram depois dAquele dia.
O pai reparou mas calou-se.
A mãe destrambelhada, puxa-a de lado enquanto lavam a loiça com areia.
- Quem foi?
- Mãe?
- Quem te roubou esse recato tão forçado que tinhas no olhar? Hoje vi-te nas folhas de chá que estivemos a ler, eu e a Conceição. As folhas mostraram-nos um rapaz bonito, louro...
- As folhas, mãe, mostraram-te o que a Conceição viu. Eu vi-a hoje ao pé do Fonte Nova. - sorriu. - Ela disse-te porque é que me encontrou no Fonte Nova?
- Hum. Pois. - fez o seu movimento típico de como quem espanta um mosquito, ou um cobrador de impostos, ou isso, abana a cabeça com os cabelos brancos, longos, e lindos como a Cândida os vê, e sorri. - conta tudo à tua velha mãe, vá.
- Deixa a miúda, miúda. - ri-se também o pai, enquanto entra na cozinha e abraça as duas - Cândida, Cândida, se tu soubesses as memórias que me trazes...
- Pai! - foge do seu abraço e ri-se - está bem. Tenho um namorado. Não quero falar de nomes, nem nada. Não é nada sério.
Os três riem-se.
Está sozinha agora e sozinha sorri. Cãndida, não como o nome, sente um vulcão de emoções.
Batem à porta. Alma e Conceição já dormem.
Depois de responder em voz baixa vê entrar a mãe, não tão destrambelhada nem tão sorridente. Levanta-se preocupada com "o que foi, mãe? Foi o Clemente? Mais um ataque de asma?" ainda mais baixinho para não acordar as irmãs. Laura, ou como é conhecida, Ainy, palavra apalaí para "ardente" - significado que, para embaraço de Cândida, é explicado a todos que cruzam com a família. Mesmo todos. Professora Primária incluída... - abanou negativamente a cabeça.
- Não foi só a Conceição que viu umas coisas - encolheu os ombros - bem, não viu mesmo nas folhas... o que eu quero dizer é que eu também vi. Uma parede, um cofre, um segredo. Não percebi muito bem... mas deve ser mais uma daquelas "coisas" palermas que vejo.
Cândida, agora filha pequena de Ainy, abraça-a com carinho. Esta afaga-lhe os cabelos e não consideram mais o assunto.
Ainy porque também "anteviu" o fim do mundo pelo menos 3 vezes.
Cândida porque acredita na ciência, nas leis da natureza e nos olhos verdes e profundos de José.
Cândida
Cândida era pequena e roliça. Face redonda, cabelo escorrido da cor dos olhos, castanhos, normais. Era a mais velha de sete irmãos. Cândida, Alma, Clemente, Conceição, Serena, Salvador, Vitória. Todos baptizados com nomes indicativos de momentos “fascinantes” das respectivas concepções (devidamente explicadas em idade própria). Ah! É melhor explicar. Cândida era filha de, por palavras dos próprios, um hippie inveterado e de uma destrambelhada de primeira. Love, peace e essas coisas.
A Cândida, dizia a mãe, condicionada pelo nome, era… cândida. Calma, pacífica, despercebida. Aquela a quem ninguém se lembra de ver. A que fica sozinha nas festas. A que se senta na mesa dos pequeninos porque ninguém se lembrou de lhe marcar lugar.
As histórias familiares incluíam deixá-la numa prateleira de uma loja, e outras peripécias contadas entre gargalhadas dos pais, a bem da verdade, nunca jocosas mas antes carregadas de carinho. E também Cândida, dizia a mãe, condicionada pelo nome… não se importava.
Viu-o pela primeira vez no autocarro, a caminho da faculdade. Ela, cândida como o nome, de anorak gordo e cabelo grosseiramente preso num rabo-de-cavalo, parecendo ainda mais nova, ele, garboso, louro, cabelo com axe, olhos verdes.
Era evidente, para ela, que ele não a viu. E porque veria? Pouco dada à exuberância da família, tinha optado, há muito, pela discrição e humildade.
Foi assim durante muito tempo. Tanto que ela deixou de se importar. A sua feminilidade, surgida num meio tão sexualmente free e exuberante tinha sido, por deficiência de formação, cientificamente explorado. Estudou, apesar de só, os recantos e os sentimentos e achava ela que tinha conseguido, como um soldado disciplinado, controlar e esconder sob a capa do recato, a fogosidade descoberta e apreciada.
Um dia, sentada no lugar do costume, com um livro, como costume, no colo, sentiu-o, mais do que viu, sentar-se ao seu lado.
- Olá. Chamo-me José.
- Olá. – levantou os olhos do livro e viram-se directamente, assim tão próximo, pela primeira vez. Sentiu-lhe o cheiro da colónia misturado com o odor do axe. Não lhe disse o nome porque não lhe ocorreu que ele o quisesse saber. Com este olá despiu-o lentamente e esqueceu-se do recato. Esqueceu-se de ser cândida, como o nome, e beijou-lhe a barba com cada letra do seu nome.
- Já nos cruzamos há muito tempo. Vejo-te todos os dias quando entras no autocarro.
Levantou os olhos do livro que tentara retomar.
- Chamo-me Cândida. – desta vez aguentou o olhar.
Em plena Estrada da Circunvalação o autocarro avaria. O condutor, pesaroso, levanta-se e avisa os passageiros enquanto abre as duas portas:
- Meus senhores, este autocarro está avariado. Desçam, por favor, e aguardem o próximo autocarro que passa daqui a meia hora.
Olharam-se e sorriram.
Meia hora inteira.
A Cândida, dizia a mãe, condicionada pelo nome, era… cândida. Calma, pacífica, despercebida. Aquela a quem ninguém se lembra de ver. A que fica sozinha nas festas. A que se senta na mesa dos pequeninos porque ninguém se lembrou de lhe marcar lugar.
As histórias familiares incluíam deixá-la numa prateleira de uma loja, e outras peripécias contadas entre gargalhadas dos pais, a bem da verdade, nunca jocosas mas antes carregadas de carinho. E também Cândida, dizia a mãe, condicionada pelo nome… não se importava.
Viu-o pela primeira vez no autocarro, a caminho da faculdade. Ela, cândida como o nome, de anorak gordo e cabelo grosseiramente preso num rabo-de-cavalo, parecendo ainda mais nova, ele, garboso, louro, cabelo com axe, olhos verdes.
Era evidente, para ela, que ele não a viu. E porque veria? Pouco dada à exuberância da família, tinha optado, há muito, pela discrição e humildade.
Foi assim durante muito tempo. Tanto que ela deixou de se importar. A sua feminilidade, surgida num meio tão sexualmente free e exuberante tinha sido, por deficiência de formação, cientificamente explorado. Estudou, apesar de só, os recantos e os sentimentos e achava ela que tinha conseguido, como um soldado disciplinado, controlar e esconder sob a capa do recato, a fogosidade descoberta e apreciada.
Um dia, sentada no lugar do costume, com um livro, como costume, no colo, sentiu-o, mais do que viu, sentar-se ao seu lado.
- Olá. Chamo-me José.
- Olá. – levantou os olhos do livro e viram-se directamente, assim tão próximo, pela primeira vez. Sentiu-lhe o cheiro da colónia misturado com o odor do axe. Não lhe disse o nome porque não lhe ocorreu que ele o quisesse saber. Com este olá despiu-o lentamente e esqueceu-se do recato. Esqueceu-se de ser cândida, como o nome, e beijou-lhe a barba com cada letra do seu nome.
- Já nos cruzamos há muito tempo. Vejo-te todos os dias quando entras no autocarro.
Levantou os olhos do livro que tentara retomar.
- Chamo-me Cândida. – desta vez aguentou o olhar.
Em plena Estrada da Circunvalação o autocarro avaria. O condutor, pesaroso, levanta-se e avisa os passageiros enquanto abre as duas portas:
- Meus senhores, este autocarro está avariado. Desçam, por favor, e aguardem o próximo autocarro que passa daqui a meia hora.
Olharam-se e sorriram.
Meia hora inteira.
Há sete anos atrás
Estava a sentar-me para almoçar quando me chamam a atenção para um acidente que tinha acabado de ocorrer nos EUA. Um avião tinha chocado contra um prédio.
Fiquei ali parada, em pé, de prato na mão, a ver as imagens em directo na televisão.
- Mas como – lembro-me de perguntar – é que um avião comercial voa tão baixo?
Minutos mais tarde vi um ponto negro aparecer num dos lados do ecrã. Parecia ainda um outro avião. “Mas estes aviões passam tão rentes aos prédios” e na minha ingenuidade “ainda é sugado pela onda de calor”...
A tarde foi complicada. Telefones que disparam, a Bolsa tensa, as comunicações que se ouvem no meu rádio outrora escondido, agora promovido a Meio de Comunicação Oficial do Departamento.
Saímos todos tarde, apreensivos com o que se iria passar, estupefactos com o que se passou.
O resto é História.
- Já foi há sete anos! – disse o F. – meu Deus!
Se havia ainda algum resquício de inocência nestes verdejantes ossos, tenho para mim que foi completamente abalroada a 11 de Setembro de 2001.
Não posso dizer que me tenha tocado enquanto conhecida de alguém vítima, directa ou indirectamente, do ataque.
Não posso dizer que me tenha emocionado enquanto procurava, sem conseguir, contactar com alguém em NY.
Mas o Meu Mundo, Este Lado do Céu, esta Coisa a que chamo Vida… mudou.
Feito deliberadamente para ser aquilo que foi, para além das nuances políticas (nunca fui muito boa a “ver o quadro todo”), um espectáculo de horror em directo.
A CV, pequena, pediu-me muito simplesmente:
- Desliga a cassete, mãe. Não gosto desse filme.
- Nem eu, meu filho. Nem eu.
Fiquei ali parada, em pé, de prato na mão, a ver as imagens em directo na televisão.
- Mas como – lembro-me de perguntar – é que um avião comercial voa tão baixo?
Minutos mais tarde vi um ponto negro aparecer num dos lados do ecrã. Parecia ainda um outro avião. “Mas estes aviões passam tão rentes aos prédios” e na minha ingenuidade “ainda é sugado pela onda de calor”...
A tarde foi complicada. Telefones que disparam, a Bolsa tensa, as comunicações que se ouvem no meu rádio outrora escondido, agora promovido a Meio de Comunicação Oficial do Departamento.
Saímos todos tarde, apreensivos com o que se iria passar, estupefactos com o que se passou.
O resto é História.
- Já foi há sete anos! – disse o F. – meu Deus!
Se havia ainda algum resquício de inocência nestes verdejantes ossos, tenho para mim que foi completamente abalroada a 11 de Setembro de 2001.
Não posso dizer que me tenha tocado enquanto conhecida de alguém vítima, directa ou indirectamente, do ataque.
Não posso dizer que me tenha emocionado enquanto procurava, sem conseguir, contactar com alguém em NY.
Mas o Meu Mundo, Este Lado do Céu, esta Coisa a que chamo Vida… mudou.
Feito deliberadamente para ser aquilo que foi, para além das nuances políticas (nunca fui muito boa a “ver o quadro todo”), um espectáculo de horror em directo.
A CV, pequena, pediu-me muito simplesmente:
- Desliga a cassete, mãe. Não gosto desse filme.
- Nem eu, meu filho. Nem eu.
Wednesday, 10 September 2008
Dizem que...(esqueci-me de "colar" a última parte do post)
.... e não é que me esqueci mesmo????
Bem, seguindo as cerejas, ou as conversas, ou o que quiserem, lembrei-me ainda de uma última coisa:
Parece que hoje vai começara funcionar o LCqualquercoisa (desculpem a incorrecção e inprecisão) que irá encontrar, ou melhor, procurar encontrar a "partícula de Deus". o Busão não-sei-quê (ai! esperem lá. vou pesquisar)
"LHC" - Large Hadron Collider e "Bósão de Higgs"
Pronto. Coloquei aqui em cima o link desta experiência.
onde ía?
Ah, pois. Independentemente de achar que sou cada vez mais incrédula em relação à ciência, quando ouvi uma cientista a explicar o que se iria passar fiquei com uma pergunta que aqui lhe dou voz:
Dizia a menina (não sic) que o grande e principal objectivo desta experiência era encontrar a partícula Bósão dEle. E porquê? Porque a teoria que explica as leis da natureza só será verdadeira se se encontrar a dita partícula.
Ou seja, os Senhores Cientistas já têm a resposta que querem (não a que encontraram, certo? a que querem). Agora estão à procura da pergunta que precisam.
Mas isto sou eu.
E ainda dizem que a ciência é incompatível com a fé!!
Bem, seguindo as cerejas, ou as conversas, ou o que quiserem, lembrei-me ainda de uma última coisa:
Parece que hoje vai começara funcionar o LCqualquercoisa (desculpem a incorrecção e inprecisão) que irá encontrar, ou melhor, procurar encontrar a "partícula de Deus". o Busão não-sei-quê (ai! esperem lá. vou pesquisar)
"LHC" - Large Hadron Collider e "Bósão de Higgs"
Pronto. Coloquei aqui em cima o link desta experiência.
onde ía?
Ah, pois. Independentemente de achar que sou cada vez mais incrédula em relação à ciência, quando ouvi uma cientista a explicar o que se iria passar fiquei com uma pergunta que aqui lhe dou voz:
Dizia a menina (não sic) que o grande e principal objectivo desta experiência era encontrar a partícula Bósão dEle. E porquê? Porque a teoria que explica as leis da natureza só será verdadeira se se encontrar a dita partícula.
Ou seja, os Senhores Cientistas já têm a resposta que querem (não a que encontraram, certo? a que querem). Agora estão à procura da pergunta que precisam.
Mas isto sou eu.
E ainda dizem que a ciência é incompatível com a fé!!
Dizem que...
As conversas são como as cerejas.
Não sou grande apreciadora das últimas mas muito, muito íntima das primeiras. Por causa disto e daquilo (não procurem links no "disto" e daquilo". Esses estão na minha cabeça.) lembrei-me do velho caderno de escrita e das minhas vidas de outros lados cibernautas ou nem por isso.
Lembrei-me também de alguém me ter dito (deve ter sido num filme das Crias) que não havia más perguntas, apenas más respostas.
Lembrei-me também de um estilo literário muito apreciado pela CV. A ironia. Treina brilhantemente esta arte e já me vai confundindo...
Lembrei-me também do porquê de abrir este "Lado".
Para falar...... ou melhor, escrever.
Já devo ter postado algures que não considero ter o "dom da escrita" ou da retórica ou, já agora, qualquer dom fantástico além dos fantásticos que tenho (ri-me sozinha agora. lembrei-me de alguns que tenho... adiante)
E por causa de não ter "esse" dom, mas ainda assim, considerar que tenho o que escrever, tenho-me aguentado por aqui.
E outro pulo no warp. Este muito, muito despropositado, talvez por postais que fiquei a dever por alturas do meu aniversário de namoro. A minha alcunha (na altura não havia "nicks") era "no prisioners".
Porquê?
hum... ri-me outra vez sozinha mas desta vez sem parêntisis. Responderei como o fazia quando me questionavam na altura. Respondo exactamente como o fazia, principalmente ao sexo XY.
"That, my friend, is for me to know and you to wonder."
(O que servia, desde logo, para uma triagem a cru dos XY a considerar)
Já me diverti hoje. Que vontade que tenho de roubar agora.
Não sou grande apreciadora das últimas mas muito, muito íntima das primeiras. Por causa disto e daquilo (não procurem links no "disto" e daquilo". Esses estão na minha cabeça.) lembrei-me do velho caderno de escrita e das minhas vidas de outros lados cibernautas ou nem por isso.
Lembrei-me também de alguém me ter dito (deve ter sido num filme das Crias) que não havia más perguntas, apenas más respostas.
Lembrei-me também de um estilo literário muito apreciado pela CV. A ironia. Treina brilhantemente esta arte e já me vai confundindo...
Lembrei-me também do porquê de abrir este "Lado".
Para falar...... ou melhor, escrever.
Já devo ter postado algures que não considero ter o "dom da escrita" ou da retórica ou, já agora, qualquer dom fantástico além dos fantásticos que tenho (ri-me sozinha agora. lembrei-me de alguns que tenho... adiante)
E por causa de não ter "esse" dom, mas ainda assim, considerar que tenho o que escrever, tenho-me aguentado por aqui.
E outro pulo no warp. Este muito, muito despropositado, talvez por postais que fiquei a dever por alturas do meu aniversário de namoro. A minha alcunha (na altura não havia "nicks") era "no prisioners".
Porquê?
hum... ri-me outra vez sozinha mas desta vez sem parêntisis. Responderei como o fazia quando me questionavam na altura. Respondo exactamente como o fazia, principalmente ao sexo XY.
"That, my friend, is for me to know and you to wonder."
(O que servia, desde logo, para uma triagem a cru dos XY a considerar)
Já me diverti hoje. Que vontade que tenho de roubar agora.
And now... for something completly different! (tenho que arranjar outro nome)
Por alturas do penúltimo jogo sub-21 o comentador punha-se a fazer contas e mais contas sobre a ainda possível passagem dos "putos" aos play-off.
Esta Verde vomitava impropérios contra esta mania de contar com os outros, de acreditar e esperar por outros resultados para se fazerem valer. E, surpresa das surpresas, no intervalo do jogo de ontem, a ganhar por 2-0, ouvi alguém na rádio dizer que “os outros”, aquela catrefada de resultados conjugados que precisavam acontecer……………… aconteceram! Ficou a Selecção de Portugal a depender de quem? Pasme-se……………………… deles próprios. Bastava apenas mais um golo. E então que faz esta selecção? Recebe dois golos, pois claro.
Sem comentários.
Hoje?
Hoje vai a Selecção grande jogar com uma outra que, em ’92 penso, enquanto estavam refastelados a banhos, foram sumariamente chamados para participar no europeu desse ano por afastamento político de uma outra apurada. E que fazem estes meninos? Acabadinhos de sair da água, ainda com sal no corpito e sem quase preparação, chegam, jogam e ganham.
Sem comentários.
Prognósticos? Só no fim do jogo.
Esta Verde vomitava impropérios contra esta mania de contar com os outros, de acreditar e esperar por outros resultados para se fazerem valer. E, surpresa das surpresas, no intervalo do jogo de ontem, a ganhar por 2-0, ouvi alguém na rádio dizer que “os outros”, aquela catrefada de resultados conjugados que precisavam acontecer……………… aconteceram! Ficou a Selecção de Portugal a depender de quem? Pasme-se……………………… deles próprios. Bastava apenas mais um golo. E então que faz esta selecção? Recebe dois golos, pois claro.
Sem comentários.
Hoje?
Hoje vai a Selecção grande jogar com uma outra que, em ’92 penso, enquanto estavam refastelados a banhos, foram sumariamente chamados para participar no europeu desse ano por afastamento político de uma outra apurada. E que fazem estes meninos? Acabadinhos de sair da água, ainda com sal no corpito e sem quase preparação, chegam, jogam e ganham.
Sem comentários.
Prognósticos? Só no fim do jogo.
Primeiro Dia (Prólogo, ou, pensando bem, talvez não)
FANTÁSTICO, FANTÁSTICO, FANTÁSTICO
Frases ditas "à la Saramago" que é como quem diz sem vírgulas, sem pausas, sem parágrafos. Em catadupa e atropelo. Muito, muito cansaço, nomes de colegas e aventuras.
A mãe, receosa de que um entusiasmo excessivo dê lugar a desilusões pensa em refrear aquele chorrilho mas contém-se.
Hoje é muito difícil acordar. Músculos doridos e “só mais um bocadinho”.
Como remate diz-me que tem 3 mães. A própria, a Avó, que se intitula “mãe duas vezes” e a D. B que é a “mãezinha”.
Deixo-o viver este momento de maravilhamento. Despedidas mais rápidas porque já conhece os cantos à casa e tem tanto para contar aos colegas.
Have a nice day.
Frases ditas "à la Saramago" que é como quem diz sem vírgulas, sem pausas, sem parágrafos. Em catadupa e atropelo. Muito, muito cansaço, nomes de colegas e aventuras.
A mãe, receosa de que um entusiasmo excessivo dê lugar a desilusões pensa em refrear aquele chorrilho mas contém-se.
Hoje é muito difícil acordar. Músculos doridos e “só mais um bocadinho”.
Como remate diz-me que tem 3 mães. A própria, a Avó, que se intitula “mãe duas vezes” e a D. B que é a “mãezinha”.
Deixo-o viver este momento de maravilhamento. Despedidas mais rápidas porque já conhece os cantos à casa e tem tanto para contar aos colegas.
Have a nice day.
Tuesday, 9 September 2008
And now... for something completly different! (v.2)
Por alturas de mais um escândalo nos meandros futebolísticos
(eu sei, eu sei, é velha a notícia e desinteressante porque de futebol se trata, mas tenham paciência e façam de conta que não se trata de futebol. Apenas de um órgão que, por ser de "interesse público" tem imeeeensas benesses.
Façam esse exercício.
Façam de conta que é um órgão público, com direito a parte do orçamento do Estado, e, portanto, pago por nós.
Já está?
Prossigamos)
Um senhor de alta estirpe terá dito, em resposta a acusações de anti-democrático porque determinado corpo social dEssa instituição iria ser escolhida por esse senhor, """""devidamente"""" mandato por outro corpo social.
(não é sic)
Os membros que escolher serão depois sujeitos a sufrágio dos sócios. Fui mandato apenas para escolher uma lista porque é um órgão muito sensível e podia haver o perigo de haver mais de uma lista a concorrer
(agora peço-vos que pensem um pouco nisto)
Deusnoslivre de votações livres e de escolha múltipla.
(já ouvi isto em qualquer lado)
Have a nice day!
(eu sei, eu sei, é velha a notícia e desinteressante porque de futebol se trata, mas tenham paciência e façam de conta que não se trata de futebol. Apenas de um órgão que, por ser de "interesse público" tem imeeeensas benesses.
Façam esse exercício.
Façam de conta que é um órgão público, com direito a parte do orçamento do Estado, e, portanto, pago por nós.
Já está?
Prossigamos)
Um senhor de alta estirpe terá dito, em resposta a acusações de anti-democrático porque determinado corpo social dEssa instituição iria ser escolhida por esse senhor, """""devidamente"""" mandato por outro corpo social.
(não é sic)
Os membros que escolher serão depois sujeitos a sufrágio dos sócios. Fui mandato apenas para escolher uma lista porque é um órgão muito sensível e podia haver o perigo de haver mais de uma lista a concorrer
(agora peço-vos que pensem um pouco nisto)
Deusnoslivre de votações livres e de escolha múltipla.
(já ouvi isto em qualquer lado)
Have a nice day!
Primeiro dia
O despertador toca às 6.45.
- Mas que barulho é este? - resmungo eu. Espreito para a sala e vejo a luz acesa e a televisão ligada.
- Whatda?
- É a CN - diz o F. com um sorriso. Já lá está há muito tempo.
Claro. Primeiro dia.
Bons dias trocados. Inspeciono a disposição e vejo-o bem. Sorri e diz-me com ar de adulto.
- Eu faço os meus cereais, mãe.
- Queres que eu os faça?
- Sim, se faz favor.- com um sorriso lamechas.
Pequeno-almoço e higiene matinal passados, levo-lhe a roupa para o meu quarto para nos podermos vestir juntos. Conversa ligeira e pede-me o gel para "arranjar o cabelo". Vê o casaco em cima da cama e dirige-se à janela.
- Não deve ser preciso levar o casaco. Não me parece que vá fazer frio.
(onde está o meu filho infantil e o que fizeste com ele?????)
Vai à sala e vem com o jogo Batumi.
- Mãe, posso levar este jogo?
- Podes, claro.
Beijos à CV que ainda fica na cama e de repente puxa-me ao quarto.
- Mãe, que estranho. Tenho calor no corpo e frio no estômago. É esquisito.
- É medo. Todos temos medo quando vamos para um sítio novo. - lembrei-me dos heróis desta CN. Jack Sparrow, "Senhor dos Anéis", e outros. e lembrei-me de um clichet que nem sei se algum deles diz - É normal termos medo. - e com ar solene - a ausência de medo não nos torna heróis. Torna-nos estúpidos. - silêncio enquanto assimilava semelhante pérola. Deve ter surtido efeito.
- É verdade.
Por entre preocupações de "não quero chegar atrasado" lá nos despachamos e entrámos no colégio. A simpática D. B recebe a CN pelo nome com um grande abraço e beijos bem repuxados na face.
Um último beijo singelo (as despedidas sentidas foram estrategicamente efectuadas antes de tocar na campaínha, na solidão de mãe/filho). E uma correria "adeus, mãe" para dentro da escola como se fosse a centésima vez que ali entrava.
Fica bem, meu herói.
- Mas que barulho é este? - resmungo eu. Espreito para a sala e vejo a luz acesa e a televisão ligada.
- Whatda?
- É a CN - diz o F. com um sorriso. Já lá está há muito tempo.
Claro. Primeiro dia.
Bons dias trocados. Inspeciono a disposição e vejo-o bem. Sorri e diz-me com ar de adulto.
- Eu faço os meus cereais, mãe.
- Queres que eu os faça?
- Sim, se faz favor.- com um sorriso lamechas.
Pequeno-almoço e higiene matinal passados, levo-lhe a roupa para o meu quarto para nos podermos vestir juntos. Conversa ligeira e pede-me o gel para "arranjar o cabelo". Vê o casaco em cima da cama e dirige-se à janela.
- Não deve ser preciso levar o casaco. Não me parece que vá fazer frio.
(onde está o meu filho infantil e o que fizeste com ele?????)
Vai à sala e vem com o jogo Batumi.
- Mãe, posso levar este jogo?
- Podes, claro.
Beijos à CV que ainda fica na cama e de repente puxa-me ao quarto.
- Mãe, que estranho. Tenho calor no corpo e frio no estômago. É esquisito.
- É medo. Todos temos medo quando vamos para um sítio novo. - lembrei-me dos heróis desta CN. Jack Sparrow, "Senhor dos Anéis", e outros. e lembrei-me de um clichet que nem sei se algum deles diz - É normal termos medo. - e com ar solene - a ausência de medo não nos torna heróis. Torna-nos estúpidos. - silêncio enquanto assimilava semelhante pérola. Deve ter surtido efeito.
- É verdade.
Por entre preocupações de "não quero chegar atrasado" lá nos despachamos e entrámos no colégio. A simpática D. B recebe a CN pelo nome com um grande abraço e beijos bem repuxados na face.
Um último beijo singelo (as despedidas sentidas foram estrategicamente efectuadas antes de tocar na campaínha, na solidão de mãe/filho). E uma correria "adeus, mãe" para dentro da escola como se fosse a centésima vez que ali entrava.
Fica bem, meu herói.
Monday, 8 September 2008
And now... for something completly different!
O início da Liga. Relatos que me acompanham o passar a ferro. Outros que me enrosco no sofá e vibro… ou não.
O Benfica que vai andando pela hora da morte. Quantos são vocês? Taaantos? e ainda vão buscar quem? A, e tal, isso és tu que não percebes nada de futebol, e mais não sei quê! Não, não percebo nada de futebol. Mas o Reys também não!
O Rocha (olho para uma figura colada com fita cola no meu ecrã a quem sempre dei o nome dele. Rocha. Reminiscência pré-históricas de um campeonato ganho. “práí” em 25895412 ac… Mas naquela altura era ligeiramente mais magro. Ligeiramente… coisa pouca) voltou. um bocadito… hum… anafadito. Mas depois vem a público dizer que é casado com uma nutricionista (bem! é que já vou dormir descansada!) e diz que se emagrecer fica fraco. OH meu querido Rochita!!! Queres um bolito, quer? quer um leitãozito? a verdinha envia, quer?
O Sporting que ganha a Super Taça Cândido Oliveira. Huuuuuuurra! Já cá canta. Agora? Agora só “p´ro” ano!
O Carlos Queiroz que começou já a justificar as “dificuldades” do terreno duro, da humidade, do calor e mais isto e mais aquilo… e fruta? Dão-vos fruta, meus meninos? Pêras, maçãs… ficaremos em terceiro no nosso grupo. Para meu desgosto.
O grande Danny da Rússia. Brilhante. à Tuga. Vendido por 3M do Sporting. Vendido por 30M ao Zenit.
… e agora vou-me embora. Continuo amanhã
O Benfica que vai andando pela hora da morte. Quantos são vocês? Taaantos? e ainda vão buscar quem? A, e tal, isso és tu que não percebes nada de futebol, e mais não sei quê! Não, não percebo nada de futebol. Mas o Reys também não!
O Rocha (olho para uma figura colada com fita cola no meu ecrã a quem sempre dei o nome dele. Rocha. Reminiscência pré-históricas de um campeonato ganho. “práí” em 25895412 ac… Mas naquela altura era ligeiramente mais magro. Ligeiramente… coisa pouca) voltou. um bocadito… hum… anafadito. Mas depois vem a público dizer que é casado com uma nutricionista (bem! é que já vou dormir descansada!) e diz que se emagrecer fica fraco. OH meu querido Rochita!!! Queres um bolito, quer? quer um leitãozito? a verdinha envia, quer?
O Sporting que ganha a Super Taça Cândido Oliveira. Huuuuuuurra! Já cá canta. Agora? Agora só “p´ro” ano!
O Carlos Queiroz que começou já a justificar as “dificuldades” do terreno duro, da humidade, do calor e mais isto e mais aquilo… e fruta? Dão-vos fruta, meus meninos? Pêras, maçãs… ficaremos em terceiro no nosso grupo. Para meu desgosto.
O grande Danny da Rússia. Brilhante. à Tuga. Vendido por 3M do Sporting. Vendido por 30M ao Zenit.
… e agora vou-me embora. Continuo amanhã
And again...
Procuro o significado das palavras que me vêm enquanto tento descrever o que se passou nestas duas semanas de “””férias”””…
Segundo o “Dicionário da Língua Portuguesa – 2006”:
odisseia – viagem cheia de aventuras e dificuldades; série de acontecimentos trágicos e variados; narrativa de aventuras extraordinárias (com letra minúscula)
epopeia – poema narrativa de grande dimensão em que se celebra geralmente uma acção grandiosa e heróica protagonizada por um herói com qualidades excepcionais; série de grandes acontecimentos
cruzada – (…) empresa para a propagação de uma ideia ou defesa de um interesse
E porquê?
(…)
Fui falando, ou não, agora que penso nisso, dos desaires, infortúnios e tristezas que CN e eu em particular, todos lá em casa também, como é óbvio, fomos atravessando neste ano lectivo.
Por sérias e graves que foram não as irei esmiuçar, nem que servissem de lembrança ou balanço final, até porque este é de derrota, desistência e abandono.
A dada altura comecei a denominar a situação da CN como o totalista de uma lotaria de horror. As leis de Murphy no seu exponencial. “Tudo, mas mesmo tudo, o que podia correr mal correu. Todos os incompetentes que se poderiam reunir, ali estavam num só ramalhete. Quase todas as desventuras que se podiam ter, a CN teve.”
Chamando os bois e as vacas pelo nome, com todos os efes e erres “in place” a CN foi vítima de bulling, desconsiderações, acusações, incompetência e, acima de tudo, do compadrio e do “protege o meu #$ que eu protejo o teu”.
Teve uma má professora, péssimos colegas, horríveis professores de AEC’s e algumas (poucas) boas, fraternas e caridosas auxiliares.
Houve alturas em que me senti em contra-mão. Nem tudo pode ser assim tão mau, gritava eu! Afasta-te e analisa. Vê, descobre, esmiúça – por amor de Deus! - alguma coisa de bom encontrarás. Um coleguinha, uma actividade, uma palavra amiga (…) encontrei, de facto. Ou melhor, encontrou a CN, com aquela resistência que só as Crias têm.
- Mãe, a semana tem 5 dias. Depois vem o Sááááábado e o Domiiiiingo (com os braços descrevendo longas curvas no ar). Depois, à Segunda, faltam só 4 dias para voltar a ser Sááááábado.
Devo fazer um parêntesis para aqueles que não me conhecem pessoalmente e também não conhecem a minha Cria. Não imaginem um Cristo sofrido sem mácula. O meu filho não é, nem nunca foi, nada disso. É uma criança viva, reguila, caprichosa, inconsequente, voluntariosa e infantil. Resmunga e respinga, amua e julga. Não é o modelo de Cria bem comportada e amorosa.
Não é.
E digo-o com toda a frontalidade. (onde é que já ouvi isto?) Com coração de Mãe ao alto. Com olhos bem abertos para a realidade.
(…)
Processo de transferência iniciado. Cartas, declarações, tudo pronto para mudar de escola. Mudar de ares.
- Serás um menino sem passado.
- Eu, mãe, é que vou decidir o que os meninos vão pensar de mim.
- Descanse, mãe. Está tudo tratado. – dizia a simpática funcionária.
(...)
Em fins de Agosto comecei a investigação presencial do processo da CN. Por telefone já me reconheciam a voz.
Dia após dia, após dia, após dia a mesma resposta. Talvez só para início de Setembro. Com a história resumida contada recebia sempre um olhar de compreensão e “…é claro que vai ser transferido. Descanse, mãe”.
Mas a mãe não descansa nem pára enquanto não lhe dizem que a CN está colocada na...
… mesma escola...
… mesma turma.
Falo, argumento, questiono, marco reuniões com professores, subo na hierarquia (imensa, sabiam) de um mero Agrupamento de Escolas. A resposta inexorável Buromachine é simplesmente “não havia vagas”. “Normal”, “a lei”, “as normas”, “as regras”, um discurso cheio de subterfúgios, de desculpas, de muros burocráticos, de escudos na lei.
Conversa familiar, contas na mesa e decisão que dói (e muito) à carteira mas que sossega (e muito) o coração.
Aquele colégio perto, pertinho, com equipa pequenina e calorosa, directora sensível e compreensiva, conversa aberta.
Vou ter dificuldades a pagar.
Cá estaremos.
Veremos.
A decisão toma-se. Vou lá com a CN.
Nada, nenhuma dificuldade, nenhum aperto (e grande) que sentirei durante este ano irá apagar da minha memória os olhos brilhantes e sorriso aberto da CN enquanto conhecia empregadas, professora, instalações, directora, colegas.
Aqui vou ser feliz. Quem me dera que o mano aqui tivesse andado também. Palavras que mal se percebem porque quer contar tudo ao pai e as palavras atropelam-se de entusiasmo.
E a última frase crua e nua nessa noite aquando do beijo e aconchego com suspiros de um alívio que vem da alma, sobre uma das muitas coisas que ainda não percebe, ou antes, faz por não perceber.
Não percebo, mãe, porque tens que pagar para eu ser feliz.
Segundo o “Dicionário da Língua Portuguesa – 2006”:
odisseia – viagem cheia de aventuras e dificuldades; série de acontecimentos trágicos e variados; narrativa de aventuras extraordinárias (com letra minúscula)
epopeia – poema narrativa de grande dimensão em que se celebra geralmente uma acção grandiosa e heróica protagonizada por um herói com qualidades excepcionais; série de grandes acontecimentos
cruzada – (…) empresa para a propagação de uma ideia ou defesa de um interesse
E porquê?
(…)
Fui falando, ou não, agora que penso nisso, dos desaires, infortúnios e tristezas que CN e eu em particular, todos lá em casa também, como é óbvio, fomos atravessando neste ano lectivo.
Por sérias e graves que foram não as irei esmiuçar, nem que servissem de lembrança ou balanço final, até porque este é de derrota, desistência e abandono.
A dada altura comecei a denominar a situação da CN como o totalista de uma lotaria de horror. As leis de Murphy no seu exponencial. “Tudo, mas mesmo tudo, o que podia correr mal correu. Todos os incompetentes que se poderiam reunir, ali estavam num só ramalhete. Quase todas as desventuras que se podiam ter, a CN teve.”
Chamando os bois e as vacas pelo nome, com todos os efes e erres “in place” a CN foi vítima de bulling, desconsiderações, acusações, incompetência e, acima de tudo, do compadrio e do “protege o meu #$ que eu protejo o teu”.
Teve uma má professora, péssimos colegas, horríveis professores de AEC’s e algumas (poucas) boas, fraternas e caridosas auxiliares.
Houve alturas em que me senti em contra-mão. Nem tudo pode ser assim tão mau, gritava eu! Afasta-te e analisa. Vê, descobre, esmiúça – por amor de Deus! - alguma coisa de bom encontrarás. Um coleguinha, uma actividade, uma palavra amiga (…) encontrei, de facto. Ou melhor, encontrou a CN, com aquela resistência que só as Crias têm.
- Mãe, a semana tem 5 dias. Depois vem o Sááááábado e o Domiiiiingo (com os braços descrevendo longas curvas no ar). Depois, à Segunda, faltam só 4 dias para voltar a ser Sááááábado.
Devo fazer um parêntesis para aqueles que não me conhecem pessoalmente e também não conhecem a minha Cria. Não imaginem um Cristo sofrido sem mácula. O meu filho não é, nem nunca foi, nada disso. É uma criança viva, reguila, caprichosa, inconsequente, voluntariosa e infantil. Resmunga e respinga, amua e julga. Não é o modelo de Cria bem comportada e amorosa.
Não é.
E digo-o com toda a frontalidade. (onde é que já ouvi isto?) Com coração de Mãe ao alto. Com olhos bem abertos para a realidade.
(…)
Processo de transferência iniciado. Cartas, declarações, tudo pronto para mudar de escola. Mudar de ares.
- Serás um menino sem passado.
- Eu, mãe, é que vou decidir o que os meninos vão pensar de mim.
- Descanse, mãe. Está tudo tratado. – dizia a simpática funcionária.
(...)
Em fins de Agosto comecei a investigação presencial do processo da CN. Por telefone já me reconheciam a voz.
Dia após dia, após dia, após dia a mesma resposta. Talvez só para início de Setembro. Com a história resumida contada recebia sempre um olhar de compreensão e “…é claro que vai ser transferido. Descanse, mãe”.
Mas a mãe não descansa nem pára enquanto não lhe dizem que a CN está colocada na...
… mesma escola...
… mesma turma.
Falo, argumento, questiono, marco reuniões com professores, subo na hierarquia (imensa, sabiam) de um mero Agrupamento de Escolas. A resposta inexorável Buromachine é simplesmente “não havia vagas”. “Normal”, “a lei”, “as normas”, “as regras”, um discurso cheio de subterfúgios, de desculpas, de muros burocráticos, de escudos na lei.
Conversa familiar, contas na mesa e decisão que dói (e muito) à carteira mas que sossega (e muito) o coração.
Aquele colégio perto, pertinho, com equipa pequenina e calorosa, directora sensível e compreensiva, conversa aberta.
Vou ter dificuldades a pagar.
Cá estaremos.
Veremos.
A decisão toma-se. Vou lá com a CN.
Nada, nenhuma dificuldade, nenhum aperto (e grande) que sentirei durante este ano irá apagar da minha memória os olhos brilhantes e sorriso aberto da CN enquanto conhecia empregadas, professora, instalações, directora, colegas.
Aqui vou ser feliz. Quem me dera que o mano aqui tivesse andado também. Palavras que mal se percebem porque quer contar tudo ao pai e as palavras atropelam-se de entusiasmo.
E a última frase crua e nua nessa noite aquando do beijo e aconchego com suspiros de um alívio que vem da alma, sobre uma das muitas coisas que ainda não percebe, ou antes, faz por não perceber.
Não percebo, mãe, porque tens que pagar para eu ser feliz.
De volta
Olá a todos!
Como disse a querida Luísa fui de férias pela quarta ou quinta vez este ano.
No entanto, muitos destes interregnos foram para expedientes familiares ou escolares.
E assim foi com este em particular. Mas isso ficará para outro postal.
Por agora, e na véspera de um novo ano em nova escoal para a CN, aqui deixo o meu pedido:
Que este ano seja, acima de tudo, pacífico para a CN.
E assim foi com este em particular. Mas isso ficará para outro postal.
Por agora, e na véspera de um novo ano em nova escoal para a CN, aqui deixo o meu pedido:
Que este ano seja, acima de tudo, pacífico para a CN.
Como dizia a CV ao conhecer a nova escolinha do irmão:
“Ele merece, mamã!”
Até já meus amigos…
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