
Não me lembro também se alguma vez lá em casa houve uma altura em que não o fizéssemos.
Talvez de um gene “defeituoso” por via paterna ou até, quem sabe, da Vó…
Sei que sempre olhei para a Terra e suas criaturas com respeito e humildade. Apesar de citadina – ou talvez por isso – tive a grande sorte de ter a Vó e o seu quintalinho (enorme para mim) onde habitavam muitos seres animais e vegetais.
Com o pai visitava amiúde o Aquário Vasco da Gama, Jardim Zoológico e, nas deambulações rurais que fazíamos, os porcos, vacas, cavalos, patos…
... e também o mar...
(Contam-me que, numa saída pelo dia da árvore, me terei recusado a apanhar malmequeres porque era apenas para fazer um fio sem utilidade nenhuma.)
Nos “matagais” que ainda conheci em Lisboa ouvi contar histórias fantásticas e mirabolantes, inventadas na hora pela Vó, sobre criaturas que por ali viviam dentro das árvores e por entre os arbustos.
No Monsanto, à distância de uma caminhada, via e ouvia os pássaros, revisitava árvores imensas, perdia-me – nessa altura sem medo – pelos caminhos. Dizem-me que dei nome a um pinheiro e que lhe agradecia sempre que apanhava as belas e grandes pinhas…
Terá nascido comigo? Terei aprendido? Não sei.
Sei que para mim, para os habitantes lá de casa, todos os dias são dias da Terra. Mas hoje é o dia formal.
Tal como amo os meus todos os dias mas celebro com prazer o dia do aniversário, aqui deixo os meus parabéns à minha Terra, espaço onde nasci, condomínio fantástico.
Desejo-Te, minha querida Géia, que os teus filhos se decidam a cuidar-Te melhor, a defender-Te e a rápida e agilmente Te recuperem…
Optimista por devoção, pessimista por definição, não cesso, ainda assim, de fazer o meu pequeno esforço para que a minha pegada seja indelével mas determinante.
Um bom dia!