
Uma pequena história de Romeu e Julieta (sem mortes no final mas ainda assim triste) dos tempos pseudo modernos.
Ele era inatingível por razões que não compreendia e não aceitava. Livres e responsáveis – como dois pré-adolescentes podem ser – achei sempre que podíamos, juntos, vencer tudo. Contra tudo e contra todos. Para o que desse e viesse.
Eu era pequena e (ou mas) determinada, cheia da segurança que o amor nos dá, da certeza de ser correspondida, da experiência da década e tal que tinha vivido.
A história parece tão banal e recorrente que se a contar na terceira pessoa parece apenas uma qualquer dos romances de bolso. A unicidade vem de ter acontecido comigo.
Quando teve que partir pediu-me para esperar, que tinha que pensar ele. Não aceitei. 4 meses era muito tempo para esperar na incerteza. Aqui e agora… decide. Espero contigo se quiseres, não por ti.
Com muitas desculpas, muitos “não me podes pedir isso” tentou justificar a indecisão. Os problemas são tantos.
À filme – riso – dei-lhe um prazo. As nossas famílias iriam juntar-se no dia seguinte. Se usasse a pulseira que lhe tinha feito saberia que me queria.
Anos depois encontrámo-nos. Por alturas do meu casamento. Ficámos amigos muito depois da dor passar, claro.
Também à filme – rio outra vez – disse-me que tinha usado a pulseira todos os dias seguintes à sua partida.
Não no dia que importava, disse-lhe eu.
A letra da música que aqui coloco foi minha companheira.
Mais retalhos da vida de uma verde, pois claro, a propósito das perguntas que lá em casa vão surgindo… porque lá começa-se a viver puppy love e as memórias carinhosas destas descobertas longínquas regressaram em tom de “história de velha”.
Um bom dia para todos.