Friday, 30 January 2009

Este fim-de-semana


Vou (re)ler este livro

A beautiful picture a day... 014


Robert Frost - The Last Word of a Blue Bird
As told to a child


As I went out a Crow
In a low voice said, "Oh,
I was looking for you.
How do you do?
I just came to tell you
To tell Lesley (will you?)
That her little Bluebird
Wanted me to bring word
That the north wind last night
That made the stars bright
And made ice on the trough
Almost made him cough
His tail feathers off.
He just had to fly!
But he sent her Good-by,
And said to be good,
And wear her red hood,
And look for the skunk tracks
In the snow with an ax-
And do everything!
And perhaps in the spring
He would come back and sing."


bom fim-de-semana

Thursday, 29 January 2009

Sabiam que... (acaba por ser um tipo de update do texto de manhã)

... que os autocarros da Carris agora têm um pedaço próprio para as cadeiras de bebé? E olhem que me tinha dado um jeitaço em certas alturas da minha vida! (primeiro com um no canguru e outro na cadeira, depois com um na cadeira e o outro a reboque...)


Estou em pé e tento ler. Lá fora chove e o dia é feio, como feias são as pessoas que me empurram, colocam à frente com um "ah, desculpe, não vi que aí estava" quando lhes digo - porque digo - que me passaram à frente, os carros que apitam e povoam esta Lisboa (minha) tão linda, as imbecilidades que me obrigam a fazer e tudo mais. Mas pego no livro e tento ver o lado positivo. Saio das 4 paredes, estudo, leio ou jogo. Finjo que sou livre e que estou ali a fazer uma missão que salvará o mundo da crise, que aquilo que me disseram para fazer ninguém se não a Wonder woman poderia fazer.


Estou em pé e tento ler mas duas vozes atrás de mim interrompem-me a leitura. Reconheço, sem olhar, que são dois rapazes, jovens rapazes, e mesmo sem pretender intrometer-me a conversa chega até mim. Poupo-vos os detalhes. Fala um sobre um certo percalço por ele tido e de como se safou «bué bem», porque a mãe era muito importante (ele até disse a profissão mas eu não repito) e conseguiu «mexer nas cenas» e que o pai, pá é que ficou dois dias inteiros sem lhe falar mas que depois a cena passou e que o «outro», sem culpa nenhuma, nem o ressarcimento do que sofreu teve direito. Com a mesma ligeireza passam para a «miúda do outro», muito feia, ah mas é francesa, então está tudo dito e do que faziam todos ou alguns com uma certa fulana, «nem imaginas, pá!». Porque pertence à mesma família de assunto – só pode – saltam para o teste de hoje e outros assuntos banais… e PAU!

o que começa a dar na rádio do autocarro? (no meu tempo isso também não havia!) Aquela de que vos falei hoje. Sério! E fez tanto sentido.
Comecei a achar que já não seria tão prejudicial enfiar «tretas femininistas» na cabeça dos meus machos. Talvez consiga, talvez, criar duas excepções que vão continuar a enervar-se com aquelas generalizações que não me parecem tão descabidas agora.

Quando chegou a minha paragem olhei-os. Eram normais, nem feios, nem bonitos. Seriam de certeza, os meninos bonitos da mamã – tal como os meus são, teriam recebido beijos rechonchudos à noite. Cheguei àquela idade em que todos os machos com menos de vinte e cinco anos são miúdos e podiam ser meus filhos mas ainda assim tentei olhá-los com olhos de quinze anos – se Eu tivesse quinze anos, se fosse fútil, inconsequente, fraca e desejosa de agradar talvez tivesse gostado de um deles, ou dos dois, Talvez tivesse achado «giro» a aventura deste e à visão machista daquele. Não. Nunca fui.

Tinha um espelho lá em casa que me devolvia uma imagem muito pior que a realidade e eu, estúpida sim, não fútil, tentei e logrei esconder-me debaixo de roupas dois números acima, fiquei imune a estas investidas.

Pensei nisto tudo e a música tocava. Pensei nos machos que lá tenho em casa, no que me diziam e quase disse de modo audível enquanto descia os degraus (no meu tempo eram mais altos…)

… but you’re just a boy
Se eu fosse um rapaz ainda que só por um dia
Saia da cama de manhã
E punha qualquer coisa que quisesse
E ia beber cerveja com os rapazes

Andaria atrás de raparigas
Bateria em quem quisesse
E nunca seria importunado pelas minhas acções
Porque os rapazes me ajudariam sempre

Se eu fosse um rapaz
Eu acho que conseguiria perceber
Como é amar uma rapariga
Juro que seria um homem melhor

Ouvi-la-ia
Porque sei o quanto magoa
Perdermos aquela que queremos
Porque ele tem-te por garantido
E tudo o que tinha ficou destruído

Se eu fosse um rapaz
Desligaria o meu telephone
Diria a todos que está estragado
Para que pensassem que dormia sozinho

Colocar-me-ia em primeiro lugar
E faria as regras à minha medida
Porque sei que ela seria fiel
Esperando que chegasse a casa

É um pouco tarde para regressares
Dizeres que foi só um erro
Pensar que eu te perdoaria assim
Se pensaste que eu esperaria por ti
Pensaste mal

Mas tu és apenas um rapaz
Tu não percebes
Como é amar uma rapariga
Algum dia desejarás ter sido um homem melhor

Tu não a ouves
Não te importas o quanto possa magoar
Porque a tomas como certa
E tudo o que tinhas ficou destruído
Mas és apenas um rapaz
______________

Não... estejam sossegados... não acordei taralhoca a achar (erradamente... oh quão erradamente) que me tinha tornado poetisa!

Eu explico:

Quando não dá nada de jeito na televisão (o que acontece, por via da regra, noventa por cento das vezes que a vemos) e o frio não encoraja outra actividade que não envolva embrulho na manta gorda do sofá, viramos para os canais de música. Vemos, gozamos, cantamos (esta última provoca umas reacções pouco filiais mas «what the heck» eles são meus filhos - têm que me aturar!).

Quando aquela música dá pego no comando para mudar, não gosto da menina, não gosto dos clips - a não ser aquele em que ela cai redondamente pela escadaria, coitada! - mas sou impedida pela CV. «pronto - penso eu - as hormonas a falar mais alto. até porque é gira - é? - e tal»
- Já viste isto?
- hum, hum. é gira. - é por estas alturas que sei que das duas uma: ou ainda não estou velha, porque este ódio engasgado a miudas giras bem feitas e sensuais não é compatível com uma "certa idade"; ou já estou gagá e roída de inveja por todas aquelas que não tenham um pingo de celulite.
Adiante...
- Não - diz a Cv - não é nada disso! - imaginem isto dito com alguma violência quase cómica pelas alterações sucessivas de soprano a baixo (coisas da mudança de voz), não fosse eu uma mãe pedagogicamente correcta...... - já viste o que ela diz? que imagem faz dos homens? é estúpido. E depois... se ela fosse um rapaz?!
- Pois - remata a CN - é humilhante para os rapazes. E para o pai também... (ainda tenho que lhe perguntar porque fez ele a diferença entre os rapazes e o pai!)
(pensem o que quiserem. juro que não lhes enfio tretas femininistas pela cabeça abaixo)
- Ah - penso eu em voz alta, que nunca tinha parado mais de dois segundos a ouvir a dita letra - pois é um bocado parva.
- Dizer que todos os rapazes são assim... "you're just a boy"?! E depois - remata a CV - se ela quisesse respeito não se punha assim nestas figuras!


O F., perdido de riso, eu com culpas no cartório de certeza, viramos para o VH1 e cantamos em coro uma grande malha que estava a dar. podia inventar, mas não me lembro mesmo qual era... se calhar não era assim tão grande... depois da Beyonce tudo é uma grande malha.

Um bom dia para todos

isTas com Copos

DrEngistas


...e por tudo o que nasce, deve haver alegria. Não apenas pelo que temos pela frente (copo meio cheio?), quanto pela memória das coisas boas que ficaram para trás (a outra metade cheia?).


mais uma contribuição de Mr. Drengo

Wednesday, 28 January 2009

Sabemos que...


... acordamos bem dispostos quando uma simples brincadeira com o nosso gato nos provoca risos até às lágrimas :)
Entretanto, enquanto se aguarda as sentenças das frequências feitas (ai, ai), lê-se um dos livros favoritos das Crias.
Trata-se de um livro de homenagem a Albert Uderzo com sessenta pranchas de BD por trinta e quatro autores.
Escolho esta prancha por ter presente o meu querido Cacofonix, a minha personagem favorita.
Um bom dia para todos!

Tuesday, 27 January 2009

Eu sabia...

Your results:
You are Wonder Woman
























Wonder Woman
67%
Robin
65%
Superman
55%
Green Lantern
55%
Supergirl
52%
Spider-Man
45%
Batman
45%
Hulk
45%
The Flash
40%
Iron Man
40%
Catwoman
30%
You are a beautiful princess
with great strength of character.


Click here to take the Superhero Personality Quiz

Whatdda?

YouTube (entrevista do Bispo)


Aqui também (notícia da Reuters)

Ah! Pronto! Se ele diz...



(Bispo inglês Richard Williamson da sociedade Pio X reafirma que as câmaras de gás nunca existiram, entre outras pérolas)

Sabemos que somos amadas...


... quando nos fazem sentir sexys mesmo depois de vestirmos o pijama dele!
















eu sei! a foto não tem nada a ver. tentem fazer pesquisa por pijama no google... mesmo com moderate search... as coisas que aparecem! Escolho este porquinho da india. Segundo parece chama-se pijama! :)

Um bom dia para todos e uma boa semana

Friday, 23 January 2009

Segunda-feira é a última...


... Frequência.
esta é a matéria
não é mas podia ser
recebido via mail da minha querida amiga Sílvia

Prémio? Destes gosto mesmo.

A minha querida Cházinha comoveu-me e honrou-me com mais um prémio.

Serão 15 a nomear por entre aqueles muitos (não suficientes) que leio e sigo. Como dizia quem me agraciou, muitas vezes remeto-me ao silêncio, ao riso solitário deste lado, à lágrima que escondo na parede pequenina.

E que fiz? Fui à cerimónia, claro!







Como prometido fui muito bem acompanhada à entrega, não acham?

E desta vez não me calaram... mas também não disse muito, apenas


obrigada













E os nomeados são (eu sei, eu sei já foram nomeados também... imaginem um rondeau):

Sem ordem nenhuma
Lisboa S.O.S.
Risco Contínuo
Dr. Eng.º
Twice, Three Times
A Senhora Sócrates
Paixões e Desejos
Nocturno
A curva da estrada
Um chá no deserto
Ana de Amsterdam
Futebolês
Pensamentos
Uma espécie de mim
The House of the Rising Cats
Outros olhares

Ufa!!!! isto cansa!

Agora sim, Bom Fim-de-Semana.

Eu e os meus vamos... não digo. Mas vamos gostar de certeza!

O LP

Comprávamos à média de um lp por mês.
Era já uma procissão habitual. Na papelaria escolhia um livro de banda desenhada ou umas cadernetas de cromos – quando era altura delas, seguíamos para a loja de discos, escura com cheiro forte a tabaco e milhares (achava eu) de lps muito bem alinhados. Desfolhava as capas, tirava, lia e íamos comentando este ou aquele. Um dia mostrou-me um lp de um cantor que não conhecia. Tinha apenas um traseiro e uma bandeira dos Estados Unidos da América. “Vamos levar este. Há partes da letra que não percebo e preciso da tua ajuda para traduzir.” – disse-me.


Ouvimo-lo assim que chegamos a casa enquanto preparava ele o jantar (que nestes dias se tratava de frango assado, queijo, azeitonas, pão e um Sumol para mim, uma média para ele, só os dois) e eu arrumava a mesa.

Passei a tarde de Sábado agarrada ao dicionário velhinho dele (inglês-inglês, menina, que é assim que se aprende), lendo a letra, procurando os significados, tentando que as frases fizessem sentido. Quando lha fui mostrar ia carregada de perguntas. O sorriso dele – vejo agora, claro – mostra-me que tinha sido esse o propósito de me solicitar “ajuda” na compreensão da letra.

Enquanto não a íamos buscar ficávamos a conversar (ou a descascar pevides, tremoços e amendoins, ele sentado no sofá, eu no seu colo enquanto víamos um filme).

O lp foi ouvido vezes sem conta com muitas perguntas e muitas respostas.
O lp era “Born in the USA” do Bruce Springsteen.
Com “ele” aprendi o que era um Yellow men, o que foi a Guerra do Vietnam, e tanta, tanta coisa mais.

Foram aulas vivas.

É dos Moody Blues a malha que passou a usar para mim “You’re magnificent!”.

Aprendi com os Beatles, Roling Stones, Simon and Garfunkel, Pink Floyd, Bee Gees, Queen, Bruce Springsteen, Moody Blues, Abba, Kenny Rogers, Linda Rodstat, Edith Piaf, Joe Dassin, Status Quo, Adamo, Juan Pardo, Art Sullivan, Roy Orbison, Mike Oldfield… (éramos um pouco ecléticos, sim), passando pelo Quarteto 1111, Fernando Tordo, Amália e tantos mais. Alguns soltam-se na minha memória através das músicas sem lhes lembrar o nome.
A todas as perguntas havia resposta que dava origem a outra e outra e ainda outra até um de nós se cansar (ele, invariavelmente).

Porquê?

Duas razões.
A música que se ouve lá em casa (eclética, pois claro) também dá origem a perguntas… agora sou eu que invariavelmente me canso e arrumo o assunto com um abraço ou beijo…

Hoje de manhã ouvi uma música nova do The Boss que me levou àquela tarde, aquele traseiro no lp que escondi com muito cuidado, envergonhada, com a capa encostada ao peito na fila dos frangos, ao diálogo longo, quente, triste à simples pergunta

O que é um yellow men?

Um bom fim de semana

Wednesday, 21 January 2009

A Teoria do Caos (ou da frigideira)





Uma gota de água escolhe um caminho, aleatório, para fazer o seu percurso. Apesar do caminho iniciado pela pioneira estar já desbravado é contrariado por uma outra, depois por outra. Um outro caminho pioneiro é tentado por ainda outra gota pioneira e sem dar conta a superfície é toda abrangida pela água.

Life will find a way – dizia o professor, amante de estrangeirismos – a Teoria do Caos remete para o aleatoriamente aleatório. Tão aleatório que deixa de o ser. O traçado inicial tem um considerável índice de atrito logo seria de pensar que todas as outras seguissem esse traçado, agora com um atrito muito menor. Mas não. Apesar da escolha entre o impossivelmente difícil e o já desbravado há sempre uma gota que decide pelo menos fácil. Resiste, demora mas segue em frente.

E se formos para líquidos menos fluidos aumentem a dificuldade. O resultado é o mesmo. A superfície acaba, eventualmente, por ficar toda coberta do líquido.

O traçado de um rio exemplifica isso mesmo. Dizemos que o rio escolhe o caminho mais fácil, com a força da gravidade a exercer a predominância nas escolhas mas rios existem que sobem, esculpem montanhas, seguem para Norte, contrariando a regra, preferindo a paciência do “gota a gota” ao facilitismo do “já traçado”.

(tudo porque ontem o F. me pediu que pusesse um pouco de azeite a cobrir uma frigideira)

Tuesday, 20 January 2009

Aviso à Navegação

Faltam 2 (duas) frequências

Ainda / só faltam duas frequências

stou pelos cabelos



-------
(a falta do "e" em "estou" é propositado.... estou mal... mas não tanto)

_________________________________________
prometo, prometido
para a semana escrevo sobre o que acontece nesse mundo... está pormetido... ai! prometido

A beautiful picture a day... 013



Dizia muitas vezes, principalmente quando me começou a escapar, que a juventude era desperdiçada nos jovens.

Que a força, a intrepidez, a coragem, as acções inconsequentemente feitas eram absoluta e irrevogavelmente desperdiçadas em quem ainda não percebe o quão efémera a juventude é. O quanto poderia ela ser aproveitada para outras coisas que não as futilidades, mesquinhices, medos desnecessários, outros necessários mas inexistentes...

Hoje?
Já não penso assim.
Se a juventude for vivida com aquilo que desperdiçam deixaria de ser isso mesmo: juventude. É intrinsecamente necessária a inconsciência, a irresponsabilidade e tudo o resto.
Aliás, dizem os sábios que se por alguma razão, pelas vicissitudes da vida ela não for vivida em pleno, a factura chegará à cobrança, meses ou até anos mais tarde.

A minha juventude? Foi ligeiramente adiada. Cumpriu-se toda a panóplia de dizeres. A factura veio mais tarde, com juros, em forma de inveja tremenda, direi mesmo dor de corno ao reparar em jovens irresponsáveis a fazerem aquilo que é suposto: serem irresponsáveis. Veio também em forma de medo. Medo terrível de ver a vida a esvair-se por entre as minhas mãos, de algum modo já cansadas de trabalhar, marcados elas, os olhos e os sonhos por uma juventude desperdiçada. No entanto, felizmente, chegou cedo a factura. A tempo de diminuir os estragos. Chegou à viragem da vintena. Tive tempo de decidir se queria desperdiçar o “resto” da juventude – já não a irresponsável e desmedida, mas ainda assim – em choradinhos e lamúrias ou viver no seu esplendor. Será hipérbole chamar esplendor à vida que levo, mas devo acrescentar, em verdadeiro abono da verdade, que me sinto ainda e cada vez mais intrépida, destemida, feroz.

Não vivo os melhores dos meus dias. Vivo-os com a sapiência da juventude que já desperdicei, com a força da que me falta.

Não vivo os mais felizes dos meus dias. Vivo-os com a serenidade de que de certeza melhores dias virão. Com a serenidade de que a presente batalha está perdida mas de que não é, em absoluto, nem a última nem a mais importante que viverei.

Uma boa semana para todos.

Wednesday, 14 January 2009

Postal para si

Há muito, muito tempo conheci um ser fantástico. Azul, bonacheirão, recto. Apresentou-se como MB e disse-me que gostava muito de bolachas. Quis ser meu amigo e eu, que muito aprecio amizades assim, que tenho a mania de me presumir pouco interessante, fiquei comovida, grata e pronta a retribuir o apreço.

Falávamo-nos com alguma frequência e um dia presenteou-me com uma comunicação directa. Disse-me que tinha encontrado, nas suas deambulações por antiquários, um telefone verde, velhinho e amoroso e decidimos ser esse o nosso meio de comunicação. Bastar-lhe-ia levantar o auscultador e ali estaria eu.

- Olá, MB. Como está hoje?
- Olá, princesa verde.
- Querido MB não me trate por princesa… sabe que não acredito na monarquia…
- (riu) não se amofine, menina. Apesar das suas cores sabe que a aprecio.
- Sabe que é mútuo, não sabe?
(em simultâneo)
- Um bom dia para si!

Depois o querido MB abriu um quartinho só dele e ainda por cima dedicou-mo. Fiquei espantada com tantas honrarias.

E depois? Como acaba esta história?

Não sei. Sei que o telefone já não deve funcionar.
Sei que o quartinho está um bocadinho empoeirado.
Sei apenas isso.
Escrevo-lhe um postal, ponho-lhe um selo verde, muito bonito e ponho-o no correio.

Caro MB,
Espero que esteja tudo bem consigo. Garanto-lhe que não lhe cobro nada a não ser a grande estima que lhe tenho e o cuidado que por si sinto.

Encontrei um outro telefone, não tão velho, não tão mimoso, acredito, mas igualmente eficaz se por algum acaso pretender comunicar-se.
Queira o meu amigo saber que o meu cantinho tem ainda o seu lugar guardado.
Por estas alturas de frio tem também uma manta quentinha e conte com as minhas bolachas caseiras e o leitinho quente para as tertúlias amigáveis.
Reiterando os meus sinceros votos de tudo se encontrar em paz no seu Muro,
Permaneço sempre e atenciosamente,
Sua NV



Bem haja, amigo

Canção de Alterne (mau nome... sério, sério. mas isso agora não vem nada a propósito!)

Pára de chorar
E dizer que nunca mais vais ser feliz
Não há ninguém a conspirar
Para fazer destinos
Negros de raiz
Pára de chorar
Não ligues a quem diz
Que há nos astros o poder
De marcar alguém
Só por prazer
Por isso pára de chorar
Carrega no batom
Abusa do verniz
Põe os pontos nos Is
Nem Deus tem o dom
De escolher quem vai ser feliz

Pára de sorrir
E exibir a tua felicidade
Só por leviandade
Se pode sorrir assim
Num estado de graça
Que até ofende quem passa
Como se não haja queda
No Universo
E a vida seja moeda
Sem reverso
Por isso pára de sorrir
Não abuses dessa hora
Ela pode atrair
O ciúme e a inveja
Tu não perdes pela demora
E a seguir tudo se evapora

_______________________________________________

A música dá de manhã a caminho do colégio. Rotina habitual. Deixa-se a Cria Mais Velha, a Mais Nova verifica se a Cv entra no portão... cliché atirado com sorriso "um pintainho já está, falta o outro e a Mãe Galinha!"
Invariavelmente rimos os dois da piada(?) gasta. Daquelas piadas que só tem piada para nós os dois e porque é dito ali. O carro avança e a música toca. A mãe, com a voz cristalina de campainha de porta canta e a CN cala-se (já aprendeu o cachopo. não resmunga, mas ouço-lhe o grito mudo "quando é que esta coisa acaba? abre semáforo, abre para eu poder sair...")
Mas desta vez há um pedaço da letra que reclama a sua atenção.
- Mãe?
- Sim - acho que me vai pedir para me calar...
- O que quer dizer "por os pontos nos is”?
- Ah! Bem, é deixar tudo esclarecido. Por tudo em pratos limpos. Falar com os efes e os erres (por esta altura começo a rir - que se transforma na tosse cavernosa).
- Não entendo, mãe.
- Bem, imagina que me contam uma mentira a teu respeito. Eu chego ao pé de ti e digo «vamos falar, filho. Contaram-me isto e eu quero ver tudo esclarecido. Vamos conversar e por os pontos nos is.» Percebes?
- Não.
(entretanto estaciono o carro e perco ligeiramente a paciência)
- Como não percebes?
- Primeiro - espeta o dedo - os is têm sempre - enfatiza - ponto. Sempre! Se não tiverem ponto não são nada. São erros. Depois, tu nunca acreditarias numa mentira contada a meu respeito. Nunca! Tenho a certeza. Tu conheces-me. Até as minhas - novo ênfase - mentiras tu descobres, quanto mais as dos outros! E depois... pratos limpos? Que nojo! Mas há alguém que ponha as coisas em pratos sem serem limpos? ganda nodja! - mais uma expressão só nossa. Não me lembro como apareceu.
- Tudo muito bem explicadinho... ham, sem mentiras nem enganos. Tudo a descoberto. Tudo, tudo, mesmo as coisas más... tudo. Percebeste agora?
- Ah! - sorri... pensa um pouco - quem inventou essa expressão não tinha uma mãe como tu.

Fico a pensar na coisa. Ainda estou a pensar na coisa.

Um bom dia!

Tuesday, 13 January 2009

Nem me apetece brincar


pensei em escrever com as consoantes trocadas, tipo a brincar com o facto de estar completamente constipada, de nariz a pingar e voz sexy para abrir portas...
mas sinceramente não me apetece.
fui atropelada pelo vírus (aquele mesmo) e tenho os neurónios cozidos.
Assim de repente só me ocorre a história engraçada em Londres quando um simpático funcionário pergunta à menina de treze anos (me)
- Are you ill, miss?
- I'm afraid I am, sir. I'm constipated...
(o ar dele fez rir a tia que mais tarde me explicou devidamente a tradução para constipada!!)
Uma boa semana

Friday, 9 January 2009

Já não me ria assim há muito tempo!!!

http://www.myheritage.com/collage

MyHeritage: Árvores genealógicas - Genealogia - Celebs

só uma coisinhita mais (para engrossar a tag «por razão nenhuma»)

Eu sou (?)





You Are 60% Left Brained, 40% Right Brained



The left side of your brain controls verbal ability, attention to detail, and reasoning.

Left brained people are good at communication and persuading others.

If you're left brained, you are likely good at math and logic.

Your left brain prefers dogs, reading, and quiet.



The right side of your brain is all about creativity and flexibility.

Daring and intuitive, right brained people see the world in their unique way.

If you're right brained, you likely have a talent for creative writing and art.

Your right brain prefers day dreaming, philosophy, and sports.

Gelo? Frio?




O meu Nicolau estava quase, quase assim!


Brrrrr... muito frio que vem a calhar para um fim-de-semana carregado de estudo...


Para a semana entro em frequências...













Thursday, 8 January 2009

A beautiful picture a day... 012


Alguma coisa nesta fotopensamento
...fez-me lembrar esta música de Ney Matogrosso


Eu hoje tive um pesadelo e levantei atento, a tempo
Eu acordei com medo e procurei no escuro
Alguém com seu carinho e lembrei de um tempo
Porque o passado me traz uma lembrança
Do tempo que eu era criança
E o medo era motivo de choro
Desculpa pra um abraço ou um consolo
Hoje eu acordei com medo mas não chorei
Nem reclamei abrigo
Do escuro eu via um infinito sem presente
Passado ou futuro
Senti um abraço forte, já não era medo
Era uma coisa sua que ficou em mim, que não tem fim
De repente a gente vê que perdeu
Ou está perdendo alguma coisa
Morna e ingénua
Que vai ficando no caminho
Que é escuro e frio mas também bonito
Porque é iluminado
Pela beleza do que aconteceu
Há minutos atrás

Wednesday, 7 January 2009

Novidade? más e fresquinhas (ou nem tanto)

Ah, pois é!

Tenho notícias frescas.

más

Quereis?

Olhem aqui ao lado e saibam que não pretendo descorrer sobre a economia ou sobre os Ladrões Institucionais ou qualquer coisa assim de muito inteligente.

Não porque não seja... inteligente, quero dizer (!) mas porque não me apetece.

Insípido dizia-me alguém (sem dizer, claro, que ela é muito minha amiga para me dizer letra por letra)
disse-lho eu - que sou viperina lá naquelas bandas... sério, sério... mas isso são outros quinhentos - e ela corou. anuiu.

Segue para bingo

A má notícia é que a CV foi assaltada. Não Vos preocupeis que """"felizmente"""" foi não um assalto directo mas aquele que só se repara quando se chega à livraria todo contente para comprar um livro e reparou que a notinha tinha desaparecido... a nota, a carteira... tudo.

- Mãe, era tanto dinheiro... eram DEZ euros, mãe!

(é nestas alturas que sei que estou/sou pobre. Os meus filhos sabem que DEZ euros é muito dinheiro... adiante)

Tranquilizo-o, dou-lhe carinhos telefónicos e quero sair daqui para o abraçar no meu colo... mas ele já não cabe no meu colo, eu não posso sair daqui e assim ficamos... insípidos, mas de coração pequenino!!!

Whatdda?

Dakar Argentina chile???????????


Proponho um novo acontecimento desportivo.

Esqui alpino da Arriba fóssil da Costa da Caparica!

Acham bem??

Bom Ano, Wouddabe!

Saúdo-a com um abraço apertado, porque ela não gosta de abraços e a mim permite que o faça, de cara torcida e um humpf engasgado.
Cara fechada como sempre porque o alto dos seus quinze anos não lhe permitem sorrir.
- queres contar-me alguma coisa? Faz-me o favor de me beijar, menina, que a sua mãe não criou nenhuma mal-educada.
- Só tu, realmente! (…) pronto, já está! O que aconteceu? O que aconteceu, dizes tu? É por isso que te detesto, pá! E achas que precisa de acontecer alguma coisa a mim – bate com força no peito – para estar assim? Só o viver é mau! A crise! A escola! Em casa! O trânsito! Os transportes! – pausa teatral enfrentando-me o olhar – queres que continue? Queres?
- Pois, é verdade. Mas e não ias passar o fim de ano com o … teu novo namorado? Deve ter sido divertido, não?
- Foi, foi. Esta coisa apanhou-me de surpresa. Pensei que por esta altura já teríamos terminado, sabes? Ele na Nazaré, eu em Lisboa. Mas não! E somos tão diferentes! Acreditas que ele não quer ir para a faculdade? Não quer! Não é que não possa ou não tenha inteligência, simplesmente não-quer-ir! É impressionante! Quer acabar o décimo segundo para ir trabalhar. É impressionante!
- E os dois? Como estão?
- Somos tão diferentes! Eu quero viajar, aprender, viver, conhecer coisas novas, pessoas novas, experimentar… ele quer ser feliz. Feliz! É o que ele diz sempre. Feliz! Achas normal?
As palavras são expulsas com ferocidade, raiva, sangue novo. Aguardo eu, faço eu agora uma pausa teatral.
- E os dois – enfatizo – Como estão?
Fita-me de olhos muito abertos. Vejo-lhe a lágrima detestável aparecer.
- Achas possível amar?
- Sabes que sim.
- Pois, casal de pombinhos e tal! humpf! Achas possível eu amá-lo. É que eu não quero, sabes bem! Não quero mesmo.
O trânsito ajuda. Estamos sozinhas e paradas na ponte. Ficamos em silêncio.
- Tinha saudades tuas.
- Eu também.
- E a tua passagem de ano?
- Calma, claro. Em casa como F. e as Crias.
- Apanhei uma tosga descomunal. – olha-me recuperando a raiva – sabes que ele não bebe? Não bebe! Diz que não gosta do que a bebida faz. Diz que gosta da vida que tem e de sentir tudo o que vive! Achas normal? – silêncio – mas foi um querido… no dia seguinte tratou-me e tudo. Quando é que voltas às tuas passagens de ano, hã? Lembras-te? Até às tantas.
- Muito, muito depois de adormeceres cansada ao meu lado. - rimos - é bom estar apaixonada, não é? Confessa, vá!
- É. - os olhos brilham - é bom, sim.
(continua)

Tuesday, 6 January 2009

A beautiful picture a day... 011



The moment a child is born, the mother is also born. She never existed before. The woman existed, but the mother, never. A mother is something absolutely new.
Rajneesh

She never quite leaves her children at home, even when she doesn't take them along.
Margaret Culkin Banning

Monday, 5 January 2009

isTas com Copos

doismilenovistas

... sempre com copos cheios - mesmo quando parecem apenas meios


contribuição de Mr. Drengo

isTas com Copos



Garfieldistas

Brilhante... obrigada Luísa!

2009





Dizem que no Ano Novo se deve estabelecer objectivos, estabelecer desejos e planos, fazer um balanço do ano que acabou.



Não sou muito dada a essas coisas em datas impostas, até porque acho que faço tudo aquilo volta não volta.



Ainda assim procuro o que escrevi no fim de 2007

E, como ali, continua tudo na mesma...

Com as Crias iguais a si mesmas (com o mau e o bom que isso poderá acarretar) cá continuaremos dia a dia

e, já agora, por este lado continuaremos a escrever óptimo facto accção e isso tudo.

Só para que saibam.

A imagem é minha, retirada na Costa com o mar fantástico e revolto.

A todos os que me visitam (mesmo os que apenas procuram a Miss Checa) um óptimo Ano Novo...

Que, como diz a minha Chazinha, é ímpar.

Melhor, digo eu, apenas se fosse primo. Gosto dos números primos. Parecem-me casmurros na sua não divisibilidade, na sua capacidade de não manipuláveis. Mas está bem, aguardemos por 2011.

Entretanto os números ímpares são igualmente brilhantes em termos coreográficos. :)

Feliz Ano de 2009