De manhã as coisas são agrestes...
Mesmo em situações normais (deve ser só comigo, é claro!) o tempo é curto.
Mas como nunca os vejo à noite (quando chego estão invariavelmente a dormir) é durante aqueles minutos que estamos juntos de manhã que me contam e perguntam tudo! TUDO, ouviram?
O som melodioso de duas crias a falar em díssono, estereofonicamente é assim, como dizer, exasperantemente divertido e deliciososamente cansativo.
Posto isto, dizia hoje a Cria Mais Nova (CV para os incautos):
-Tenho uma dúvida, Mãe (suspiro) Mãe, - todas as frases, é bom que se diga, são repletas de muitos «mãe», «mamã», «mãezinha», «'tás a ouvir» - já reparaste que se for meninos e meninas diz-se sempre "eles"? Porquê?
- Porque decidiram que seria assim. Não inventaram uma terceira forma.
- Mas, mãe, quem decidiu?
- Ah... os homens acho eu.
- Não compreendo. E se forem mais meninas que meninos?
- Podem estar mil meninas e um menino... passa automaticamente a "eles".
- É injusto. É como se as meninas não existissem. Não concordo. (pausa para pensamento) Tenho uma ideia. Dizemos "éles" (abrindo o "e")...
- Como?
- Então, mãe! "É" de "élas". "les" de "eles".
- E porque não "êlas"? (fechando o "ê").
- oh, mãe?!!! as meninas vêem sempre primeiro!!!
(a baba inundou tudo.
Já disse à vizinha que me enviasse a conta dos electrodésticos avariados... porque a baba NÃO PÁRA!!!)
os meus cavalheiros estarão a tornar-se mesmo cavalheiros? haverá esperança na próxima geração?
Eu acredito que sim.
2 comments:
Cá estou eu, morta de inveja (desculpa), as crias vão ser excepcionais, são tuas... palavras para quê, grande mãe.
Beijo
Linda amiga,
Assim não dá! Já não me consigo sentar na cadeira... inchada que estou de peneiras!!! lol
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