Monday 13 April 2009

Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem.
Pela fé entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente.
(…) Pela fé Enoque foi trasladado para não ver a morte, e não foi achado, porque Deus o trasladara (…) porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam.
(…) E que mais direi? Faltar-me-ia o tempo contando de Gideão, e de Baraque, e de Sansão, e de Jefté, e de David, e de Samuel e dos profetas, os quais pela fé venceram reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam as bocas dos leões, apagaram a força do fogo, escaparam do fio da espada, da fraqueza tiraram forças, na batalha se esforçaram, puseram em fuga os exércitos dos estranhos. (…) e outros experimentaram escárnios e açoites, e até cadeias e prisões. (…) tendo tido testemunho pela fé, não alcançaram a promessa,
Portanto nós também, pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta, olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus.
(…) Portanto, tornai a levantar as mãos cansadas, e os joelhos desconjuntados,
(…) Tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem.
(…) Por isso, tendo recebido um reino que não pode ser abalado, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus agradavelmente, com reverência e piedade;
(…) Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a sua glória, ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder, agora, e para todo o sempre. Amém

(Bíblia Sagrada, tradução e adaptação livre)

Há, para mim, poucas coisas mais racionais que a fé. É verdade, racional.
Será contra-senso, parvoeira, fundamentalismo? Não creio… mas pode até ser. A caminhada da ou para ou ainda com a fé faz-se caminhando, caminhando só… nós e o Nosso Deus. Melhor, porque o blog é meu, certo? Eu e o Meu Deus.
Já tenho afirmado por aqui algumas letras sobre isto… mas há pouco tempo passei (e aqueles que me seguem de perto) por uma prova. Notaram, claro, e já falei também alguma coisa sobre isso também.
Porquê agora?
Porque este texto foi florescendo ao longo desta odisseia e não tinha ainda o distanciamento necessário. Não tenho ainda agora, é provável – vejo-o pelas teclas que toco depressa demais, pelo atabalhoado das frases que escrevo… mas ainda assim.
Acreditar em Deus foi, a partir de um determinado momento da minha vida, um facto assente.
Lembro-me que um dia falei com alguém muito querido sobre o que passei e como cá cheguei (cá a terra da fé…) não por trovões, nem relâmpagos, nem vozes profundas, mas por uma luz ténue, um som calmo, uma voz suave que me incitou a confiar nEle.
A fé é, para mim, ténue, calma e suave.
Ténue porque balança, questiona, argumenta, grita, desespera mas prevalece
Calma porque não impõe, não exaspera, não grita mas fica
Suave porque sussurra, suspira e supera

Quando colocada perante situações extremas a fé pode reduzir-se – e reduz-se muitas vezes – a um sussurro, um grito mudo, um porquê respondido com sons incompreensíveis.
Quando colocada perante essa – mais recente – situação extrema o sussurro foi gritado sem voz, o porquê respondido em toque suave, solitário, dorido.
Se me fosse dado a escolher?
Preferiria ser uma cobarde, fútil, inconsciente e caprichosa que não sabe das agruras da vida. Preferiria nunca ter sido chamada de forte, grande mulher. Preferiria ter tido sempre um braço de carne e osso a quem recorrer, um peito forte e musculado ao qual me abraçar, umas costas largas para me refugiar.
Mas o que não é, não pode ser.
Raciocinei noites e noites. Pela força do raciocínio, do pensamento, da lógica levantei-me, guiei e dirigi-me a quem de mim precisava com o sorriso de sempre. Pela força do egoísmo – também – transformei o choro em sorriso e reclamei as palavras de forte e grande mulher para mim. Reclamei-as, sim. Não as pedi, reclamei-as porque eram, são, minhas. É isto fé? É. É isto acreditar? É. É isto ter o firme fundamento do que se espera?
É.

4 comments:

Luísa A. said...

A fé não será sobretudo nas suas potencialidades, Nocas, na sua força interior, na sua capacidade de superação dos problemas? Ou talvez seja a outra que lhe dá essa. Um beijinho e uma boa semana. :-)

nocas verde said...

Sabe que mais? O problema estará, se calhar, nisso mesmo. Porque para uns a fé é a que nos dá força, para outros a força é reforçada pela fé...
Por isso afirmo que a (minha) fé é racional. Não inspiracional, devocional, ou milagreira. É a certeza de que me Ouvem e Abraçam enquanto me esforço...
Um beijo grande para Si também.

Unknown said...

Abraço apertaaaaadooooo!!!!!!!!!

nocas verde said...

Santo Ivo...
Também para Si!