Thursday, 6 November 2008

Hoje



1946 - Sally Field


Ver o que se passou "hoje" noutros lugares e noutros tempos é, para mim, um exercício agradável (nem sempre prazenteiro).

Saber que foi no dia 6 de Novembro, numa outra altura, Ghandi foi preso durante uma manifestação, que o Pres, Nixon fez um discurso sobre o que seria um escândalo nos dias e meses seguintes, que os japoneses fizeram um reid preparando o que viria a ser o ataque de Pearl Harbour... não é apenas conhecimento inútil, daquele que podíamos utilizar num qualquer elevador para desbloquear uma conversa...


- Olá, bom dia! Este tempo, hã?

- Bom dia. Sim, sim, claro! Olhe lá sabia que faz hoje anos que os seuecos iniciaram uma tradição de comer um pão chamado Gustavus Adolphus para comemorar o Rei com o mesmo nome?

Mais do que isso, ou além disso descobrem-se acontecimentos interessantes que , à laia das famosas cerejas, se entrelaçam com lembranças, ou considerações de "naquele tempo"
De entre os vários que vejo terem acontecido hoje destaco, por pura discricionariedade (ia, ia, escrevi esta palavra de uma só vez sem me enganar nas teclas!!! - vou ver ao word se assim foi... foi! bem...........)

O nascimento de duas mulheres - distintas e sem qualquer razão lógica... apenas o cerejar de lembranças

Sally Field foi protagonista de um filme fantástico - lá está a (devagarinho Nocas para não te enganares) discricionariedade ( :) ) - "Sybil" de 1976. Por razões muito próprias e pessoais foi educativo e sofredor ver plasmado uma vida como aquela com que lidei de perto, além de considerar a SF brilhante.

1919 - Sophia de Mello Breyner



A relação que tenho com SMB é parecida com a de um burro perante um palácio (e não venham com histórias da NV sofrer de excessiva modéstia e blá, blá, blá) As letras juntinhas como a senhora as põe formam textos muito para além do meu entendimento. Leio-as e releio-as descobrindo novas nuances, novos sons, novos significados.
note to self: reler
Contos Exemplares (1962)
Histórias da Terra e do Mar (1984)
A Menina do Mar (1958)
A Fada Oriana (1958)
Noite de Natal(1959)
O Cavaleiro da Dinamarca (1964)
O Rapaz de Bronze (1965)
A Floresta (1968)
Árvore (1985)
Para ilustrar posto aquele retrato de Botelho que "roubei" da Wikipedia bem como estas duas poesias... deliciem-se se gostarem
Se tanto me dói que as coisas passem
É porque cada instante em mim foi vivo
Na busca de um bem definitivo
Em que as coisas de Amor se eternizassem


As pessoas sensíveis não são capazes
De matar galinhas
Porém são capazes
De comer galinhas


O dinheiro cheira a pobre e cheira
À roupa do seu corpo
Aquela roupa
Que depois da chuva secou sobre o corpo
Porque não tinham outra

O dinheiro cheira a pobre e cheira
A roupa
Que depois do suor não foi lavada
Porque não tinham outra


"Ganharás o pão com o suor do teu rosto"
Assim nos foi imposto
E não: "Com o suor dos outros ganharás o pão".


Ó vendilhões do templo
Ó construtores
Das grandes estátuas balofas e pesadas
Ó cheios de devoção e de proveito

Perdoai-lhes Senhor
Porque eles sabem o que fazem


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