Monday 5 November 2007

Arte

Primeiro dia de aulas do curso da minha vida.
Senti-me qual Janet Jakcson, ou ainda a outra porto riquenha "munta gira" (na verdade sentía-me mais como a Dorothy, mas isso são outros quinhentos) na escola / série "Fame". É evidente que a versão portuguesa não tinha nada do que a Outra tinha; nem professores que batiam com um bastão no chão, nem funcionárias velhinhas na secretaria.
Mas tinha um professor que nos ensinou muito mais que un, deux troi, pas de burré, un dehors...
Cascou-nos como ninguém; falou mal de nós, falou rude.
Uma das primeiras coisas que me ensinou ou (como outro defendia - que ninguém ensina ninguém, mas antes -) aprendi com ele a ver o que é uma obra de arte.

E o que é?

Ninguém sabe.

A primeira, e mais aceite definição de "obra de arte", fala-nos de

algo quer não pode ser explicado nem entendido com o raciocínio; o Belo no seu sentido mais indizivel e inexplicável; obra que perdura

Como é obvio, isso levou muito boa (leia-se estúpida) gente a fazer "coisas" imcompreensíveis. Quando ninguém percebia "paraquéqaqiloservia" apenas atiravam com É uma obra de arte! A arte não se explica.

E logo ali começam os atropelos. Arte e Obra de Arte são duas distintas matérias. A arte explica-se, sim senhor. A obra de arte não é incompreensível em si mesmo. É a razão de SER obra de arte que não se consegue explicar!

Exemplo consensual:
Mona Lisa, o quadro

De trás para a frente: perdura? sim
Porque é que achamos o quadro inigmático, Belo? não sabemos
Conseguimos explicar, mesmo que percebamos muito de técnica de pintura porque é que fascinou e fascina tanta gente? Não.

Resultado: Obra de Arte

É evidente que não é uma fórmula matemática. E porque deixarei este tema para outro dia (que já se faz tarde) deixo-vos só com esta

A arte é, para muitos, a única grande diferença da Pessoa Humana dos animais restantes.

A arte é desnecessária em todos os sentidos matemáticos, biológicos, químicos, físicos da Natureza.

E para nós, absolutamente indispensável.

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