Monday 9 March 2009

Manda recado ao luar

No dia 2 de Fevereiro deste ano de Deus as coisas deram para o torto. Um nariz que pinga e uns espirros leves degeneraram num turbilhão de noites solitárias e de questões que ninguém deveria colocar, muito menos, perdoem-me a personalização, a uma mãe jovem de trinta e cinco anos «com a vida toda pela frente».

As lágrimas? retive-as o mais que pude. Pela saúde das Crias, pela saúde dele… pela minha saúde.

às nove da manhã de um dia que me pareceu escuro e negro uma enfermeira disse-me que deveria ter esperança porque «ele era um homem novo»
O que se faz a seguir a isto?
Vive-se, é o que é. Vive-se segundo a segundo. Passos um à frente do outro, a vida dividida em pequenas fracções de segundo sem pensamentos filosóficos ou transcendentais.

Dizia uma professora que muito estimo que devemos sempre enfrentar a vida como uma guerra: seguir para a vitória que a derrota é nossa!

E assim fizemos, fiz, durante trinta e três dias… 33. Engraçado o número.

Parece que foi ontem, disse-me ele quando se sentou no “seu” sofá, e se embrulhou na manta «a cheirar às Crias».
Ontem, meu amor? Sim, talvez, mas numa outra dimensão, num outro mundo, não o que era no dia um de Fevereiro.

A simpática D. Amélia que nos conhece há tantos anos, que nos viu conhecer, namorar, casar, nascer os filhos; a simpática D. Amélia a quem nós vimos casar os filhos, nascer os netos, enterrar o marido, celebrou o regresso com um bem-vindo profundo, um abraço apertado, entre dois cafés bem tirados – como só ela sabe. E depois, não o deixando ver, aperta-me a mão. Olho-a e vejo-lhe uma lágrima teimosa nos olhos sofridos. Falamos sem voz e sei o que me transmite. De mãe, para mãe, de mulher para mulher. «vamos, menina, tem que engordar um bocadinho agora, está bem?» entregando-me o troco.

Diz-me ele comovido, que chorei baixinho durante a noite. A sério, pergunto? Não me lembro de nada. E é verdade.

Suspira de alívio a minha querida cházinha, e suspiras bem. O teu sorriso ajudou-me, mate! More than you can imagine, I recon.

E tu, Sílvia, exemplo de força e coragem... obrigada!
Por último…

Deixo-Vos um fado. Ah, um fado. Este em particular. Meu e só meu. Vivido, sentido (não cantado por mim, descansem) … como só os fados sabem.


Agora preparem-se. Estou de volta mais fútil e engraçada que nunca…

… ou não…



Boa semana para todos

8 comments:

CPrice said...

Estás de volta!
Sem nunca teres deixado ir :)

Beijinho e sim, a Dª Amélia tem toda a razão !

Tudo a correr bem agora é o que Vos desejo*

nocas verde said...

como diz a CV... não precisa de ser a correr... andar bem já é bom!!
obrigada, linda!***

Unknown said...

Cá estou eu de vista turva ;)

Beijos

nocas verde said...

Oh, Sílvia... :)
beijos ternos!

Mente Quase Perigosa said...

Força, força, força...

Bj

nocas verde said...

Obrigada, MQP!
bj

drengo said...

...e ainda bem...
Saúde e sorriso para todos.
J.

nocas verde said...

Obrigada J.

bj :)**