No dia 2 de Fevereiro deste ano de Deus as coisas deram para o torto. Um nariz que pinga e uns espirros leves degeneraram num turbilhão de noites solitárias e de questões que ninguém deveria colocar, muito menos, perdoem-me a personalização, a uma mãe jovem de trinta e cinco anos «com a vida toda pela frente».
As lágrimas? retive-as o mais que pude. Pela saúde das Crias, pela saúde dele… pela minha saúde.
às nove da manhã de um dia que me pareceu escuro e negro uma enfermeira disse-me que deveria ter esperança porque «ele era um homem novo»
O que se faz a seguir a isto?
Vive-se, é o que é. Vive-se segundo a segundo. Passos um à frente do outro, a vida dividida em pequenas fracções de segundo sem pensamentos filosóficos ou transcendentais.
Dizia uma professora que muito estimo que devemos sempre enfrentar a vida como uma guerra: seguir para a vitória que a derrota é nossa!
E assim fizemos, fiz, durante trinta e três dias… 33. Engraçado o número.
Parece que foi ontem, disse-me ele quando se sentou no “seu” sofá, e se embrulhou na manta «a cheirar às Crias».
Ontem, meu amor? Sim, talvez, mas numa outra dimensão, num outro mundo, não o que era no dia um de Fevereiro.
A simpática D. Amélia que nos conhece há tantos anos, que nos viu conhecer, namorar, casar, nascer os filhos; a simpática D. Amélia a quem nós vimos casar os filhos, nascer os netos, enterrar o marido, celebrou o regresso com um bem-vindo profundo, um abraço apertado, entre dois cafés bem tirados – como só ela sabe. E depois, não o deixando ver, aperta-me a mão. Olho-a e vejo-lhe uma lágrima teimosa nos olhos sofridos. Falamos sem voz e sei o que me transmite. De mãe, para mãe, de mulher para mulher. «vamos, menina, tem que engordar um bocadinho agora, está bem?» entregando-me o troco.
Diz-me ele comovido, que chorei baixinho durante a noite. A sério, pergunto? Não me lembro de nada. E é verdade.
Suspira de alívio a minha querida cházinha, e suspiras bem. O teu sorriso ajudou-me, mate! More than you can imagine, I recon.
E tu, Sílvia, exemplo de força e coragem... obrigada!
Por último…
Deixo-Vos um fado. Ah, um fado. Este em particular. Meu e só meu. Vivido, sentido (não cantado por mim, descansem) … como só os fados sabem.
Agora preparem-se. Estou de volta mais fútil e engraçada que nunca…
… ou não…
Boa semana para todos
8 comments:
Estás de volta!
Sem nunca teres deixado ir :)
Beijinho e sim, a Dª Amélia tem toda a razão !
Tudo a correr bem agora é o que Vos desejo*
como diz a CV... não precisa de ser a correr... andar bem já é bom!!
obrigada, linda!***
Cá estou eu de vista turva ;)
Beijos
Oh, Sílvia... :)
beijos ternos!
Força, força, força...
Bj
Obrigada, MQP!
bj
...e ainda bem...
Saúde e sorriso para todos.
J.
Obrigada J.
bj :)**
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