Monday, 25 May 2009

Ideias précon-(re)cebidas

Se quiser apontar, de repente, uma parte do fim-de-semana pelo qual aguardamos com prazer é, sem dúvida, o lanche de Sábado.

Talvez por ser aquela refeição onde já desacelerámos do stress da semana mas ainda não entrámos no stress da semana seguinte. A casa vai estando em ordem, os trabalhos de casa alinhavados, o cesto da roupa já não me grita “socorro” cada vez que me vê, os quartos já (há muito) arejam, enfim.
Pomos isto e mais aquilo, conforme o nosso “mood” da altura e do ano. No Inverno vai o chá quente, o chocolate derretido, as torradas e o bolo a fumegar. Com o tempo mais ligeiro vêm as saladas, petiscos, fruta e carnes frias.

Sentamo-nos os quatro, cada um por si.
A televisão desliga-se, o cd (esta semana quem escolhe?) toca baixinho, a conversa surge. Sem grandes preparos, às vezes ficamos em silêncio, outras atropelamo-nos, ou quase…

Normalmente os temas são tão banais como a vidinha que levamos (não necessariamente (des)importantes, apenas histórias que não houve tempo para contar – à noite ao pai, de manhã à mãe, sempre corre-corre).

Esta semana a CN sai com a pergunta

- quando foram os muçulmanos derrotados?
Como?! Perguntamos os três em coro.

Explicações dadas, recuamos no tempo os quatro, ajudando a CN a enquadrar os conhecimentos que finge não ter, refreando os demasiados que a CV tem. Explica-se o que é ser muçulmano, aproveitamos para fazer uma resenha das religiões e dos povos do mundo...

Alegro-me por saber que tenho duas Crias sem ideias pré concebidas, apenas, em alguns temas, mal informados – mea culpa – e interpretando mal a muita e descabida que recebem.

- Estou a ver, remata a CN. Há bons, maus, óptimos e péssimos, como em tudo. Como é aquela frase que dizes quase – com olhos que reviram – tooooodos os dias?
- Não há verdades absolutas. – ajuda a CV com sorriso trocista – apenas o meu amor – tenta imitar a minha voz e gesto, provoca-me o riso (não sei se pelas três escalas que a voz dele agora faz em cada frase se pela sua captação perfeita dos meus maneirismos).
O assunto fica arrumado. Isto hoje até correu bem, digo eu. Assuntos há – e digo-o com orgulho, confesso – em que as nossas opiniões divergem e acendem-se as argumentações.

Retalhos (in)significantes… talvez.

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