e quais eram as pretensões, perguntará o povo, já de si tão arredado do que os bosses “lá longe” vão fazendo?
queria o excelso país ficar fora da carta dos direitos fundamentais da união europeia. e – pasmem-se – nem sequer é inédita esta posição… se virem aqui já Reino Unido e Polónia tinham dito – só para evitar dúvidas – que afinal o que estava presente na Carta não era para ser interpretado bem assim. interpretando eu de um modo até grosseiro parece que, afinal, o que a Carta reconhece só será válido se os próprios países já o tiverem feito.
nada de novo portanto.
uns dizem que sim, senhor, façam como melhor vos aprouver, outros dizem ah, e tal, só se nós já tivermos isso no nosso ordenamento.
a aplicabilidade directa das convenções no seu melhor
como já disse por aqui, tinha esperança que o tratado de… (ao contrário do Sr. PM não tenho nenhum orgulho nisto, mas enfim, o que está, está) Lisboa não seguisse.
tinha esperança que o povo do trevo conseguisse parar este documento.
o mesmo que não foi por cá sujeito a nenhum processo de escrutínio, referendo… – parece que tinha sido prometido, mas que sei eu! –devem ter pensado que tínhamos mais o que fazer e que quando o povo os elegeu lhes terá automaticamente passado uma carta-branca para fazerem tudo… referendo? para quê? aprovamos assim mesmo, qual pai simpático que inscreve o filho bebé no benfica porque ele sabe melhor. (lembram-se deste texto?)
It would be like the authority of a parent, if, like that authority, its
object
was to prepare men for manhood; but it seeks on the contrary to keep
them in
perpetual childhood: it is well content that the people should
rejoice, provided
they think of nothing but rejoicing
afinal o que me tinham dito era verdade.
muda-se a Irlanda.
e tantas vezes foi o cântaro à fonte que a Irlanda partiu-se, digo, aprovou o referendo. e que faltava agora? um outro estado tem dúvidas quanto à referida carta. oh, meu amigo checo, é que é já a seguir. e ainda temos uma garantia de que está tudo conforme a ordem até porque são países onde nada se passa e vivem todos muito felizes "for ever after" e todos muito contentes porque nos garantem que vão respeitar os direitos fundamentais. (e nós, os outros, não?)
já vi que não percebo muito disto e nem me apetece alongar e incomodar os meus dois queridos leitores.
mas - ajudem-me - será que percebi bem? não, de certeza.
temos uma carta de direitos fundamentais à qual se promete aderir como condição sine qua non da adesão ao próprio tratado.
temos uns países que dizem, sim, claro, aderimos a tudo mas "estas letrinhas que aqui se escrevem não reconhecem quaisquer direitos". até me apetecia fazer uma analogia qualquer com as calças de um homem mas não vou por aí.
não sei se dei a perceber mas não vou muito à bola com este “coisa” a que chamam UE. mas – pacta sunt servanda – estamos “lá” cumpramos e/ou lutemos pelos nossos interesses. e não digo nossos=portugueses (mas também) mas nossos desta cidadania europeia que nos vendem – impingem? – como um factor e consequência de um mundo global, aqui como sinónimo de mais justiça para todos, mais igualdade.
recuo até ao discurso de Churchill e medito nesta parte
Trata-se de reconstituir a família europeia ou, pelo menos, a parte que
nos for
possível reconstituir e assegurar-lhe uma estrutura que lhe permita
viver em
paz, segurança e liberdade
ainda que a parte de estados unidos da europa me azucrinasse a cabeça… sou inocente e pouco sabida nestas coisas mas somos todos iguais… mas uns mais iguais que outros.
quanto ao resto tenham um óptimo fim-de-semana. no meu covil tentaremos fazer artesanato por aqui.