Tuesday 5 January 2010

mínimas... não tão mínimas assim

não que seja contra o direito dos Outros lutarem pelo que acham correcto, ou por aquilo que consideram ter direito...

não que ache que devam ser cobradas portagens

não que ache que não devam ser cobradas portagens

mas uma das razões que parecem usar para justificar a não cobrança de portagens nessas estradas é

a falta de acessos alternativos

o que me pôs a pensar…

moro do lado de lá de Lisboa… no deserto portanto (o que já me fez pensar que posso ser, sem saber, uma nómada, visto marchar todos os dias em bando, eu e mais uns quantos, em marcha lenta, a caminho dos locais preciosos de comida e água, vulgo Capital)

atravesso a ponte, pago a portagem e nunca me considerei desprivilegiada. a ponte precisa de manutenção, é uma estrutura cara e de difícil arquitectura e gosto de pensar que contribuo para que continue (como acho que é) a ser uma ponte segura para passar.

mas com aquele argumento invocado penso que também eu não tenho alternativa para chegar a Lisboa, ou tenho?

tenho, claro! a outra ponte. moderna, larga – a uma maior distância do destino que pretendo, é verdade – com limite de velocidade maior, quase sempre sem condicionamentos, ah! mas também é paga…

oh, silly me! tenho outra alternativa, claro. o barco. a viagem é agradável, poupo sem dúvida na gasolina e no desgaste do carro – os horários são escassos e infernais, é verdade – mas posso ir descansada a ler e tal, ah! mas também é pago…

oh, cabeça a minha! tenho ainda uma outra alternativa… a ponte de vila franca de xira! o caminho é fantástico, lindo - teria de acordar mais cedo, apanhava o trânsito da entrada em Lisboa, é verdade – mas podia parar para beber café e comer uns deliciosos bolinhos naquele café que conheço, ah! mas também teria de pagar…

devo ser eu que não percebo nada disto.
devo ser eu que tenho a mania de tudo contestar, de tudo falar mal, rezingona, portanto

ou então é a tentativa de extermínio de uma raça nómada, a dos habitantes-da-margem-sul-do-tejo, o que, sem dúvida, poderá dar direito a protecção do alto comissariado para as raças desprotegidas… ou não?

um óptimo dia para todos!

2 comments:

Luísa A. said...

Tem toda a razão, Nocas. As pessoas que moram na margem Sul estão verdadeiramente «marginalizadas» porque, ou se acomodam por aí, ou, se trabalham em Lisboa, têm de pagar para isso. A não ser que o Estado esteja a considerar, nos seus cálculos, a existência de uma alternativa gratuita que é a travessia do Tejo a nado… ;-)

nocas verde said...

ora aí está uma grande ideia!! a nado... e até fazíamos desporto e tal...
desconfio que o Estado colocaria portageiros a cobrar por cada braçada... :)