Para aqueles que (ainda) cá venham... as minhas desculpas.
Tempo, ou a falta dele
Inspiração ou a imensa falta dela
De repente gritam-me ao ouvido o mantra da arte
a inspiração não tem nada a ver com nada
É apenas trabalho, trabalho, trabalho...
mas não sou artista portanto dou-me a estes ares de "desinspirada"
E o que tem acontecido?
Nada
Trabalho desinteressante, rotina normal
O que me traz aqui hoje são os imensuráveis mistérios da mente humana no geral... e das crianças em particular.
Ouvi alguém com ares de psicólogo afirmar que era importante para o "luto" falar no assunto.
E é isso que as minhas crias fazem talvez por instinto.
O próximo habitante deverá ser o oposto da M.
Não deverá ser comprado, porque a M. também foi salva da rua... também queremos salvar outro bebe das ruas
Já não vale a pena deixar ossos
A casa está silenciosa
Fizeste canja a mais, mãe. A M. já não pode comer.
Olha aquele caozinho na praia tão giro... parece a M.
E o sorriso aparece, terno, dolorido mas entendedor desta vida deste lado com as suas idas...
A CN era bastante mais ligada à M. que a CV. Na verdade fez de enfermeira, cuidou dela e percebeu antes de todos que estava na "hora".
A CV era mais distante, mais zelosa do seu espaço e pouco compreensiva às constantes reclamações de atenção da M.
- Em frente Mãe. Um dia de cada vez.
E, se não for por mais nada, e sabendo da crueldade da afirmação seguinte... a CV aprendeu a valorizar cada hora.
Vou ser mais compreensiva com o próximo habitante. Tenho pena de não ter ligado à M. e de ter reclamado tanto.
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