A questão é esta...
Tenho uma determinada coisa.
Não é perfeita, mas tenho a certeza que quase todos têm "essa" coisa em menor quantidade.
Devo ficar contente e feliz por a "minha coisa" ser melhor que a maioria, ou deve almejar a tê-la maior e melhor?
Mais ainda:
Como foi que ao longo dos anos eu não só não a melhorei como a fui perdendo?
Tentando explicar
Aquando do meu namoro ficou desde logo esclarecido que não gosto de trabalhos domésticos. Não sou fada do lar. E tenho a certeza que os trabalhos de casa devem ser feitos por quem lá mora. Homens, mulheres, crianças (ok, os animais domésticos não, mas só estes!!!)
Comecei a ser elogiada por ter um namorado moderno, perfeitamente masculino. Tão masculino e equilibrado que nunca precisou provar a sua masculinidade em cenas de ciúme ou prepotência.
O meu namorado teve sempre a certeza de sermos iguais por inerência. A vida a dois é para ser vivida a dois em TODOS os sentidos.
A confiança é dada independentemente da confiança que se tem.
Confiamos no nosso companheiro até este nos dar provas em contrário.
Sempre encarámos a vida a dois como duas pessoas inteiras que, consciente e apaixonadamente decidem vivê-la lado a lado.
A relação entre um homem e uma mulher deve ser (e acredito nisto piedosamente) de protocooperação - (+/+) - Associação de espécies diferentes não-obrigatória à sobrevivência, porém em que as duas espécies se beneficiam.
E é com toda a consciência e propositademente que escolho uma relação ecológica entre espécies diferentes (LOL)
Dito isto, aqui estou eu, altamente elogiada e invejada sobre o meu namorado e marido. Nunca aceitei crédito nenhum. "Ele já era assim!", "Não o eduquei!"
Agora chego ao ponto crítico que me levou a escrever este artigo!!!!!
Como é que ao longo destes 18 anos de relação esta protocooperação se foi transformando em, alternadamente, simbiose e esclavagismo?
Como é que o deseduquei??!
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